DE MALAS PRONTAS >> Carla Dias >>
Minha amiga,
Beijos,
Carla.
Como lhe contei, decidi assumir de vez a minha vontade magnânima de viver em séries de televisão e filmes. Pensei em passar uma temporada nas temporadas que mais me agradaram das séries, e viver algumas aventuras dignas dos cineastas que mais me encantam.
Assim, talvez eu consiga uma consulta intelectual com o Dr. House, e prometo que darei a ele o recado que você grita pra tevê a cada vez que ele aparece: eu sei que todo mundo mente, mas eu não minto quando digo que te amo! Tranquila... O recado será entregue, apesar de eu achar que ele vai rir da minha cara. Mas amigas estão aí para o que der e vier, certo?
E como sei que os gênios – cada qual na sua área – se cutucam, e essa cutucação gera emocionantes episódios, acho que vou levar o Dexter comigo. Já pensou o House tentando diagnosticar o problema do passageiro sombrio do serial killer mais fofo da história? Ok... Não é uma combinação aprazível de palavras, mas o Dexter é fofo mesmo! E serial killer... Tá bom, não está mais aqui quem gostou.
Certamente, passarei uma temporada em determinados episódios de The Vampire Diaries. Não é só porque ando crédula demais, oferecendo afeto ao Dexter e a um morto-vivo. Porque, por mais filho de uma santa mãe que seja o Damon Salvatore, é ele que tempera a história com um refinado sarcasmo. Depois, vou correr para Castle, para um workshop com o autor de best-seller mais bacana da televisão! E até lhe darei alguns conselhos sobre a Beckett. Acho que ele tem de provocar ciúme nela saindo com a Olivia de Fringe. Já pensou? Ele teria um monte de ideias novas para um novo best-seller. Apimentaria o mistério com a ficção científica.
Depois, satisfeita com os episódios das séries, eu faria as malas e seguiria para o cinema, começando pela terra de Blade Runner. Vontade maluca de saber mais sobre a terrinha do Indiana Jones futurista! E não me esqueceria de seguir de volta para o futuro só para mandar lembranças suas para o Marty McFly.
Depois de tantas aventuras, melhor seria aquecer o coração. E apesar de não contar com os lábios pomposos de Keira Knightley, tentaria conquistar o Mr. Darcy, mas precisaria que fosse de um jeito diferente. Então, eu o levaria para o Cyrano de Bergerac, que sendo um herói romântico, poderia me orientar a escrever cartas capazes de fazer com que Mr. Darcy preste atenção em mim. E com uma história de amor vigente, visitaríamos a Ana e o Rei, porque é sempre bom conhecer outras culturas. E para não faltar a música, uma passadinha pelo universo de Ray.
Como você pode ver, minha amiga, eu continuo vivendo e levando, mas nada realmente real me acontece, que não seja o que você já sabe. Os repetecos são ecos, então, lá vou eu me perdendo neles. Qualquer dia eu mudo de vez pra um desses lugares, onde tudo acontece porque alguém decidiu que deveria acontecer, sabe?
Beijos,
Carla.
PS: Saí do casulo, mas estou morando nas nuvens. Dizem que não, mas dá no mesmo. A distância das outras pessoas se mantém, assim como o silêncio. Dá para contemplar um tanto daqui.
PS1: Cinema no sábado? Ok... Vou levar a minha mala, vai que eu decido morar no filme. Melhor prevenir, né?
Comentários
Marisa... Adorei o trocadilho proposital. Beijos!
Moah... Obrigada!
Albir... Ai, ai... É dar bola demais para os meus delirios, não? Mas adorei. Beijo!
Ps:Trabalho de Português aii vou euu!! Parabens Carla eume imagineii nessa crônica!! bjs Kathleen