Há tempos e tempos, os deuses viviam no meio dos homens. Zeus, Atenas, Apolo... nos apareciam com alguma freqüência, agiam entre nós, ora com seus superpoderes, ora com manifestações que poderíamos chamar de humanas, como orgulho, inveja, ciúmes. Há tempos os deuses se fixaram no céu em pedras e fogo -- as luas, os planetas, as estrelas, as constelações -- como se tivessem desistido de interferir nesse nosso mundo. Mas e se não for bem assim? E se a inércia -- o movimento previsível dos astros -- for apenas uma aparência, uma ilusão? E se os deuses continuam interferindo sem que nós nos demos conta disso, sem que nossos olhos percebam seu veloz e luminoso movimento? De vez em quando, ocorre-me ver de relance alguns de seus lances. Durante esse mês de agosto, por exemplo, aqueles e-mails dizendo que Marte apareceria tão grande quanto uma lua no céu pareciam indicar que o Deus da Guerra, auxiliado pelo galhofeiro mensageiro dos deuses, Mercúrio, estava querendo marcar presença, mesmo
sua dose diária de conversa fiada