DE CORAÇÃO PARA CONTINENTE
>> Albir José Inácio da Silva
De um lado o Forte de Copacabana, do outro Niterói e as montanhas, e no meio, invisível, a África. África, segundo os mapas, porque eu, o que vejo é uma reta ligando as duas pontas. Abaixo dela o azul verde do mar, acima o azul claro do céu na manhã de inverno. Tenho a sensação de que da África alguém, como eu, olha pra cá. Por que não olharia? O sol é o mesmo, o mar é o mesmo e as histórias se cruzam. Além disso, a linha tropical e pontilhada de Capricórnio nos liga. Será que alguém sentado na areia não tem os olhos apertados pelo sol na direção do Rio de Janeiro? Ah, tem! Cisma o irmão africano, e atrás dele o enorme continente negro, berço da humanidade, tão aviltado pelos humanos portadores da pólvora, que homens livres fizeram atravessar o mar em correntes para a morte no mar ou a morte em vida. Será que o sangue do irmão pulsa fraterno pelo Brasil que ele também não vê? Pode ser que se convença de que nós aqui neste século XXI não somos mais que seus irmãos para o be