Fomos colegas na faculdade de Artes Visuais. Nesta época não éramos próximos. Hoje em dia, o rapaz já homem feito, me parece um mago das linhas que, em seu gesto, ganham graça, força e forma – sua arte. Parei-me mais tempo diante um dos seus desenhos. A imagem me absorve e me transporta. Ao centro do quadro a imagem de um redemoinho. Sendo tragada por ele uma caixa. Nesta caixa uma abertura, na qual uma mão se segura, possivelmente tentando não ser levada pelo redemoinho. Nas linhas de Diego os redemoinhos do meu próprio caminhar. Foi bem depois que fiquei sabendo dos seus pedaços de vida. Quando era menino, morria de medo d’água. Fosse mar, fosse lagoa, fosse rio ou mangue. Era menino ainda franzino, ainda miúdo quando seu pai que era pescador o levou para um passeio. Não era qualquer passeio. O caminhar seguro de mãos dadas pelas rua dava lugar ao balanço nauseante da canoa no mangue. Entrou em pânico. Corpo quase congelado. Todas as lágrimas, daquelas que são feit
sua dose diária de conversa fiada