VENHA VER O FOLHA VADIA >> Sergio Geia
Lembro como se fosse hoje. 2014, abril, tarde quente. Nervos à flor da pele, coração batendo em descompasso, um mar de ansiedade escorrendo pelos poros e uma dúvida a martelar: alguém vai aparecer? Ou vou ficar à mingua com meu Confidências, abanando-me com ele num deserto de shopping center?
Nada. Vocês foram maravilhosos. De Pindamonhangaba, Caçapava, Ubatuba, São José dos Campos, Taubatexas. Formaram fila que saía da livraria e tomava o corredor do shopping. Abraços, beijos, carinhos, desejos de sucesso, e levaram para casa o Confidências, mesmo a preço salgado. Fizeram mais. Comentaram, compartilharam as postagens de divulgação, convidaram amigos, lotaram a Nobel do Via Vale, naquele 10 de abril tão especial para mim.
E agora, pouco mais de cinco anos, a história se repete.
folha vadia, assim mesmo, com letra minúscula, bem vadia, bem subversiva, bem ao estilo branco de ser, está uma delícia. Abusando da vaidade, digo que a edição está lindíssima. A capa é da Camila Giudice, que conheci outro dia em Sampa, uma artista primorosa. Está colorida, natureba, solar, energia boa. O projeto gráfico é da Editora Matarazzo, dessa nova amiga Thais, uma ativista cultural que roda este mundão levando cultura.
Livro para degustar aos poucos. Não pra ler de enfiada, mas pra ler com calma. Saborear cada uma das 30 crônicas, ler uma hoje, outra amanhã, não seguir a ordem estabelecida; veja os títulos, escolha o que mais lhe apetece.
Diferente do outro, folha vadia não polemiza, é suave como a primavera, recheado de elementos caros à minha obra, como humor, lirismo, melancolia. E um belo presente de Natal. Nossa! Paro imediatamente aqui, a vaidade hoje está a me corroer.
O Manda Chuva Bar, 28/11, aqui pertinho da Praça Santa Teresinha, bem no centro de Taubaté. Meus amigos Cristian e Erica duo farão um show à parte, de MPB, bossa nova, e um repertório eclético, com a categoria de sempre. Espero vocês lá a partir das 18h e fico até o bar fechar, o sol raiar, a gente dançar...
P.S.
1. Inspirada na crônica Venha ver os dragões, de Caio Fernando Abreu, publicada no jornal O Estado de São Paulo, em 25/03/1988.
2. Daí vou sentar e autografar. Com aquela mesma paranoia de Lygia Fagundes Telles: ela sempre imagina que, em dia de lançamento, vai ficar plantada numa mesa durante horas, completamente só, feito Godot à espera de um leitor que nunca chega – Venha ver os dragões – Caio Fernando Abreu.
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Beijos esvoaçantes