SILENCIA >> Carla Dias >>

Na minha cabeça de escritora em processo de endoidecimento – de acordo com um velho amigo e um artigo de jornal de mil novecentos e sabe-se lá quando -, a busca é pelo sossego. Não me entendam mal, porque eu adoro um bom caos criativo. Porém, assim como quem aprecia a solidão, quero ter a opção de sair dele quando o tal me tirar do prumo. O que percebo é o que sente aquele personagem de livro que ainda não foi escrito, que eu visto em uma tentativa tola de fazer de conta que ele é quem sente o meu sentir: aprisionamento. Mesmo em casa, na hora daquele café de antes de começar a escrever, ou de ir logo para a cama, que o sono chegou, é um aprisionamento que me toma. Não há grades, mas ele está lá. Aprisionamento, desses que faz com que nossas cabeças fiquem quentes, de tanto pensamento borbulhando; que entorna o caldo do nosso humor, transformando-nos em impacientes à beira de um ataque de nervos. De quando recebemos tantas notícias ruins, para nós e para outros tantos, que as boa