Eu tinha cerca de 10 anos quando uma das minhas melhores amigas, filha dos meus padrinhos, anunciou que ia pra Disney. Foi uma alegria. Ela completou dizendo que a mãe dela, minha madrinha, queria levar-me junto. Houve um movimento em casa, uma falação. Minha madrinha ligava, meus pais tentavam, mas tinha uma coisa de visto, uma coisa de quarto, uma coisa de dinheiro que, no final, não deu certo a minha ida. Ela iria, minha grande amiga iria, e estava feliz por isso. Embora eu a visse radiante, eu sabia que ela queria que eu fosse também e, talvez por isso, eu não me sentia triste. Meus desejos, na época, eram pequenos e simplórios. Neles, não havia Disney, nem avião. Todo espaço do meu desejo era preenchido por revistinhas da turma da Mônica e umas horas brincando do térreo. Estava bom assim -- como a infância é auto-gratificante, não? Aconteceu que ela foi, despediu-se de mim e, muito rapidamente, voltou. Chegaram em casa todos, ela e os pais -- meus padrinhos -- poucos dias após t
sua dose diária de conversa fiada