A NOITE DE 31 DE OUTUBRO PARA AMBASSAY LOM >> Zoraya Cesar

O cemitério estava animado. Ambassay Lom percorria as alamedas devagar, apreciando os diversos grupos espalhados por entre as tumbas e mausoléus. O ar estava denso de música, magia, encantamentos, rezas. Chão, túmulos e pedras estavam repletos de oferendas, cada uma mais linda que a outra. Havia alegria aqui, meditação ali, conversas animadas acolá. 31 de outubro era o dia perfeito para o contato com os mortos, quando o véu que separa os mundos esvanece e torna mais tênues os canais por onde trafegam os que se foram. Dia propício para mandar para o Além os que ainda estão aqui... Alguns preferem celebrar a Noite dos Mortos em bosques, até mesmo no quintal da casa ou no próprio apartamento. Mas o cemitério ainda era o lugar tradicional para a maioria. A noite estava colorida e a decoração, variada. Jack o’ lanterns, arruda, sal grosso, velas, muitas velas, principalmente pretas, vermelhas, brancas. Pentagramas, caldeirões, livros invocatórios. Muitos declamavam o Livro de São Cipriano