GRAÇAS AO CHOQUE >> Fred Fogaça
Contadas, enfim, sessenta páginas, devo compartilhar com mais segurança que esse é o projeto mais longo que empreendi. Claro, a escrita, de fato, não fez seu primeiro aniversário. Mas a ideia está aí por década. Processar o pensamento tempestuoso e tirar dali o que valeu a pena, tão sem um procedimento lógico pra entender esses paradigmas quanto era como pós-adolescente, não podia ainda ser chamado de projeto. A ideia, e compreender isso me ajudou mais tarde, só se estruturou com leitura e prática. Mas gostava era da ideia rondando, subjetiva, na minha cabeça, porque parecia boa o bastante quando não interferida. Se, por acaso, me preocupava em colocá-la em prática, existia sempre uma prioridade e, daí, um procrastinação. Durante todo esse tempo era difícil aceitar a própria dificuldade e, consequentemente, não a remediava. Isso se estendeu sem previsão, tal como era. A verdade é que a coisa toda já surgiu como uma fuga. No alto da adolescência, como uma maneira de me a