Ainda em novembro a gente olha e o vê chegando, mas ainda um pouco distante, sabe?, como a montanha escondida no nevoeiro; você a imagina perto, mas anda, anda e ela não chega, é apenas uma caricatura no horizonte. Mas também você sabe, ou tem a sensação que, embora distante, ele está mais perto, muito mais que ontem, e sabe também que o tempo voa na velocidade de uma nave alienígena, bem Independence Day, que o fim de semana voa, principalmente por ser apenas dois dias, ou dois dias e meio ― vamos contar a noite de sexta , e a semana seguinte também voa, e a próxima, e assim o tempo vai passando, como a água do rio que desce montanha abaixo, vai corroendo caminhos, deixando marcas, esbranquiçando fios, vincando a pele, e a juventude, a melhor fase da vida ― e não me venha com essa de dizer que a velhice é a melhor idade, ok? Conversa pra boi dormir; como não sou boi, não caio nessa ―, a juventude vai se tornando um ponto equidistante no horizonte, que ficou para trás, mas bem para