A primeira vez que vi Luiza ela era uma menina. Cabelos presos num rabo de cavalo, laços vermelhos, vestido florido. A segunda vez que vi Luiza ela chorava. Chorava baixinho. A gente estudava na mesma escola. E lá estava ela. Eu meio desajeitado, mas os cabelos de Luiza, ah, esses eu sempre notei. Por alguns instantes reparei no elástico apertado prendendo os cabelos dourados, sei lá, a cor certa eu nunca soube definir. De repente, a professora chamou a secretária, Luiza chorava o motivo ninguém sabia. A mãe de Luiza chegou apressada. — Já demos chá de boldo, ela não parou de chorar. É melhor levar pra casa. A terceira vez que vi Luiza, ela tinha parado de chorar. Imperdoável. Soube da mãe dela. Lavou os cabelos de Luiza, penteou com amor, e amarrou com elástico. Desses que agora, a gente usa para prender nossas máscaras. Mas Luiza, no caso, sentiu o elástico muito puxado, muito apertado no rabo de cavalo. Cabelos molhados, daí... Dor de cabeça diagnos
sua dose diária de conversa fiada