caminhar >>> branco
estou andando por ruas escuras
minha cidade – tão estranha –
espero que este meu caminhar
me leve para longe
deste não sei o quê que me persegue
a solidão também caminha
deixando mudos os que se revoltaram
enquanto os guardiões do tempo
observam a areia caindo lá fora
através da janela ao lado do retrato amarelado
então
a solidão e eu nos encontraremos um dia
quando todos os sóis estiverem alinhados
ouvirei o canto do meu passado
e a convidarei para passear
por entre as lápides dos desconhecidos
e ela dirá
que não devo temer a escuridão
estou caminhando para luas distantes
pisando nas estrelas opacas e úmidas caídas na calçada
a solidão caminha atrás de mim
seu vazio ecoa em minha mente
eu
pernas curtas
ela
passos largos
Comentários
E assim o poeta vai decifrando, decodificando e tocando nossos corações sobre as realidades sensíveis de todos nós!
Quanto difícil alinhar esses três...Bela reflexão amigo.
Parabéns
Parabéns, perfeito!
Abraços Elaine
Momento exato vc fez para o que estamos passando.
Vc conseguiu colocar tudo isso, em sua poesia.
Nua e crua. A pura realidade
Sempre estou andando por ruas escuras do meu coração