NÃO É SÓ POR VINTE CENTAVOS. NEM PELO QUILO DO FEIJÃO. >> Sílvia Tibo

Saí pra comprar feijão, apaixonada que sou pela especiaria. No sacolão mais próximo, me deparei com o pacotinho de um quilo por nove reais. Olhei feio pra vendedora, franzi a testa, torci o nariz. E saí, de mãos vazias, revoltada e assustada, como alguém que acabara de sofrer tentativa de furto. Disse a mim mesma que a culpa era do dono do negócio, que pretendia extorquir os moradores da região, aproveitando-se do fato de seu estabelecimento ser o único do gênero ali nas redondezas. Até então, a culpa era apenas do proprietário do sacolão, que, em poucos instantes, na minha mente, tornou-se um criminoso da pior espécie. Fôlego retomado, dirigi alguns metros até o próximo supermercado, um pouco mais longe de casa, certa de que ali os desejados grãozinhos marrons estariam sendo vendidos por um valor mais justo e razoável. Pra minha surpresa e decepção, o preço era exatamente o mesmo. E a vendedora, dessa vez, me desencorajou a andar até o terceiro mercadinho, dizendo q