FOLHA VADIA, EU ESTOU CHEGANDO! >> Cristiana Moura
Neste mês um amigo estará lançando seu livro, o folha vadia. Dia 28 saio da terra da luz diretamente para Taubaté a fim de prestigiar Sergio Geia e conhecer estas crônicas escolhidas a dedo pelo autor. Fui gentilmente convidada a hospedar-me em sua casa. Aceitei.
Ainda ontem conversávamos por watzapp:
— Cris, se precisar de alguma coisa, sei lá, algum tipo de alimento, etc, me fale. Beijos. Bom fim de semana.
Por alguns segundos, passou-me pela cabeça, uma lista de necessidades pessoais , de coisas que penso precisar. Respirei.
— Beijos. Bom fim de semana.
Meu sono foi interrompido na madrugada pela preocupação materna. Peguei o celular, procurei notícias de Gabriel e escrevi para Sergio.
Lista de necessidades da Cris:
- Acordar com o sol amanhecendo e aquela boa sensação de gratidão;
- Levantar super bem disposta como que para malhar;
- Disciplina na escrita, nas leituras, na atividade física, na meditação e na alimentação;
- Vinho tinto seco que não engorde, não favoreça a retenção de líquidos e que não me embriague na primeira taça.
- Não morrer de vergonha em caso de embriaguez;
- Dois exemplares do folha vadia porque um é para presente;
- Dias nos quais os rostos com sorrisos sejam a maioria;
- Ter sonhos leves, desses de quando a gente acorda e tem a sensação de ter dormido abraçado;
- Papel higiênico macio e um livro inesperado no banheiro;
- Lembrar de ir ao banheiro de óculos;
- Café, chá e ovo (para não deixar de falar em comida)
- Gente feliz e boa música;
- O deslumbre infantil diante da novidade;
- Ausência de garantias nesta vida que é feita de impermanências.
Gabriel chegou. Adormeci. Ao amanhecer com o sol, encontrei a gentil resposta do amigo:
— Nossa, que maravilha, dá crônica! Boa parte também quero. Do que depender de mim você terá. Vou conversar com o sol, providenciar o vinho, folha vadia nem preciso dizer. Gente feliz e música boa também. No mais, há ausência de garantias e uma impermanência absoluta.
— Que assim seja! — Respondi
Mas fiquei aqui, comigo mesma pensando: será que ele tem mesmo um vinho que não engorde?
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