PESSIMISMO COTIDIANO [Debora Bottcher]
Nos últimos tempos, as notícias dão conta apenas de tragédias: tsunamis, terremotos, enchentes, deslizamentos de terra, assaltos, assassinatos, sequestros, falências, suicídios, corrupção, guerras, doenças, destruição ambiental, separações - a lista é interminável e o mundo parece um território de desolação em seus quatro cantos.
Atualmente, morando numa pequena cidade nos arredores da capital, em dias em que tenho que ir a São Paulo (hoje, por exemplo), sinto um curioso desconforto, quase um medo.
Beira como uma constante sensação de sobressalto, como se algo estivesse à espreita, pronto pra acontecer ao menor descuido. E a ilusão maior é pensar que, estando atentos, poderemos evitar o eventual mal...
A verdade é que não estamos seguros em nenhum lugar - no máximo em casa, às vezes nem nela! - e isso incomoda um pouco. A liberdade de ir e vir anda totalmente cerceada - nem mesmo nos shoppings, em outras eras considerados intocáveis, as pessoas conseguem se sentir tranquilas atualmente. E quando você ouve no noticiário que um rapaz que estava casualmente lendo um livro numa livraria é alvo de um louco que o ataca sem razão com um taco de beisebol, fica impossível relaxar.
Minha avó diria que esses são sinais do fim dos tempos. Eu, uma pessimista nata, acho mesmo é que o mundo todo se desgovernou, perdeu o eixo, se desorientou. E que, me perdoem, isso tudo que se escancara, ainda não é o pior - assistiremos coisas ainda mais terríveis.
A nova (e bonita) propaganda da Coca Cola, que anda circulando na TV, mostra alguns exemplos de otimismo, e termina dizendo que 'os bons ainda são maioria'. Acho muito válida (e necessária) essa exaltação ao bem, e tento me convencer de que a mensagem não é só fundo de 'comercial margarina', mas meu coração continua batendo fora de compasso toda vez que me pego lendo, ouvindo ou assistindo sobre os acontecimentos cotidianos. E quando a gente ouve alguém comentar que, nos dias de hoje, é até compreensível alguém se suicidar, pensa que há mesmo algo muito errado com tudo...
Atualmente, morando numa pequena cidade nos arredores da capital, em dias em que tenho que ir a São Paulo (hoje, por exemplo), sinto um curioso desconforto, quase um medo.
Beira como uma constante sensação de sobressalto, como se algo estivesse à espreita, pronto pra acontecer ao menor descuido. E a ilusão maior é pensar que, estando atentos, poderemos evitar o eventual mal...
A verdade é que não estamos seguros em nenhum lugar - no máximo em casa, às vezes nem nela! - e isso incomoda um pouco. A liberdade de ir e vir anda totalmente cerceada - nem mesmo nos shoppings, em outras eras considerados intocáveis, as pessoas conseguem se sentir tranquilas atualmente. E quando você ouve no noticiário que um rapaz que estava casualmente lendo um livro numa livraria é alvo de um louco que o ataca sem razão com um taco de beisebol, fica impossível relaxar.
Minha avó diria que esses são sinais do fim dos tempos. Eu, uma pessimista nata, acho mesmo é que o mundo todo se desgovernou, perdeu o eixo, se desorientou. E que, me perdoem, isso tudo que se escancara, ainda não é o pior - assistiremos coisas ainda mais terríveis.
A nova (e bonita) propaganda da Coca Cola, que anda circulando na TV, mostra alguns exemplos de otimismo, e termina dizendo que 'os bons ainda são maioria'. Acho muito válida (e necessária) essa exaltação ao bem, e tento me convencer de que a mensagem não é só fundo de 'comercial margarina', mas meu coração continua batendo fora de compasso toda vez que me pego lendo, ouvindo ou assistindo sobre os acontecimentos cotidianos. E quando a gente ouve alguém comentar que, nos dias de hoje, é até compreensível alguém se suicidar, pensa que há mesmo algo muito errado com tudo...
Comentários
Débora, é bom saber que você pensa assim. Esse mundo parece que está na UTI, mai ver que é mesmo o fim.