PRECONCEITOS A PARTE... >> Clara Braga
Eu acredito que todo mundo é um pouco preconceituoso, não dá para assumir facilmente porque, bem ou mal, ser preconceituoso é uma coisa muito feia, mas no fundo, no fundo, todo mundo tem preconceito com alguma coisa, por menor que ele seja.
Eu, quando era menor, tinha um preconceito muito grande em relação a terapeutas. Achava muito esquisita toda essa conversa de contar meus problemas e dilemas a uma pessoa completamente estranha. Sem contar que, para mim, terapeuta era uma pessoa que tinha passado alguns anos na faculdade, se matando de estudar, para depois passar o resto da vida ouvindo problemas alheios. Pode ser normal uma pessoa que quer viver disso?
Quebrada a barreira do preconceito, resolvi começar a fazer terapia. Me indicaram uma moça que era terapeuta, iridóloga e acupunturista, tudo ao mesmo tempo. Achei exótico, diferente. Ela ia olhar meu olho e saber uma parte dos meus problemas sem eu ter que contar? Bom, vamos ver se isso existe mesmo ou é mais um caso para o Mister M.
Primeira sessão. Impressionante. Ela descobriu que eu tinha dores de cabeça diariamente. Ah, Mister M, como ela fez isso? Não sei, mas sei que, após descobrir qual era o problema, chega a hora de tratá-lo, e lá íamos nós para as agulhinhas. Acabou que a parte da terapia mesmo, de conversar, ficou longe, mas pelo menos eu deitava ali e tirava um cochilo enquanto aquelas músicas de relaxamento tocavam.
Aquilo era diferente, e logo de começo pareceu tão misterioso que aguçou a curiosidade e eu saí falando dela para todo mundo. Em pouco tempo, amigas e uma boa parte da minha família já estavam indo lá. Isso começou a me incomodar e me lembrei do meu preconceito. Não podia me deixar levar pela curiosidade, afinal que tipo de terapeuta era ela que atendia um monte de gente da mesma família? Ela já não dava muita atenção mesmo para a parte da conversa e eu comecei a não me importar com isso, tinha era medo de contar algo e ela contar para todo mundo da minha família.
O silêncio permaneceu até o dia em que ela resolveu falar que talvez soubesse de onde vinha aquela minha dor de cabeça. Já que eu acredito em reencarnação, ela podia me contar. Em outra vida eu devia ter sido índia e morri com uma flechada na cabeça e minha dor de cabeça era um reflexo dessa flechada de outra vida. Muito bonito isso, se estivessemos falando da novela das seis.
Depois disso, ela perdeu vários clientes e com certeza deve se perguntar até hoje o porquê. Mas, enfim, ela deve se contentar com a explicação de que em outra vida ela deve ter sido serial killer e carrega essa energia com ela até hoje, o que acaba afastando os clientes.
Ah, a dor de cabeça? Passou, descobri depois com um médico de verdade que era rinite alérgica por causa de ar-condicionado. Agora me diz se ter preconceito às vezes não é válido?
Eu, quando era menor, tinha um preconceito muito grande em relação a terapeutas. Achava muito esquisita toda essa conversa de contar meus problemas e dilemas a uma pessoa completamente estranha. Sem contar que, para mim, terapeuta era uma pessoa que tinha passado alguns anos na faculdade, se matando de estudar, para depois passar o resto da vida ouvindo problemas alheios. Pode ser normal uma pessoa que quer viver disso?
Quebrada a barreira do preconceito, resolvi começar a fazer terapia. Me indicaram uma moça que era terapeuta, iridóloga e acupunturista, tudo ao mesmo tempo. Achei exótico, diferente. Ela ia olhar meu olho e saber uma parte dos meus problemas sem eu ter que contar? Bom, vamos ver se isso existe mesmo ou é mais um caso para o Mister M.
Primeira sessão. Impressionante. Ela descobriu que eu tinha dores de cabeça diariamente. Ah, Mister M, como ela fez isso? Não sei, mas sei que, após descobrir qual era o problema, chega a hora de tratá-lo, e lá íamos nós para as agulhinhas. Acabou que a parte da terapia mesmo, de conversar, ficou longe, mas pelo menos eu deitava ali e tirava um cochilo enquanto aquelas músicas de relaxamento tocavam.
Aquilo era diferente, e logo de começo pareceu tão misterioso que aguçou a curiosidade e eu saí falando dela para todo mundo. Em pouco tempo, amigas e uma boa parte da minha família já estavam indo lá. Isso começou a me incomodar e me lembrei do meu preconceito. Não podia me deixar levar pela curiosidade, afinal que tipo de terapeuta era ela que atendia um monte de gente da mesma família? Ela já não dava muita atenção mesmo para a parte da conversa e eu comecei a não me importar com isso, tinha era medo de contar algo e ela contar para todo mundo da minha família.
O silêncio permaneceu até o dia em que ela resolveu falar que talvez soubesse de onde vinha aquela minha dor de cabeça. Já que eu acredito em reencarnação, ela podia me contar. Em outra vida eu devia ter sido índia e morri com uma flechada na cabeça e minha dor de cabeça era um reflexo dessa flechada de outra vida. Muito bonito isso, se estivessemos falando da novela das seis.
Depois disso, ela perdeu vários clientes e com certeza deve se perguntar até hoje o porquê. Mas, enfim, ela deve se contentar com a explicação de que em outra vida ela deve ter sido serial killer e carrega essa energia com ela até hoje, o que acaba afastando os clientes.
Ah, a dor de cabeça? Passou, descobri depois com um médico de verdade que era rinite alérgica por causa de ar-condicionado. Agora me diz se ter preconceito às vezes não é válido?
Comentários
essa terapeuta q vc foi é q não era boa, afinal fazia um monte de coisa ao mesmo tempo e pra mim é a mesma coisa de não fazer nada direito. Mais existem profissionais competentes pra isso, vou puxar sardinha pra minha futura profissão, procure uma psicologa qual linha vc achar melhor vai ter resultado.
Adorei Clara! Adorei o blog tb! Vou seguir! Dá uma olhada lá no meu espaço recém chegado a blogosfera!
Bjs!