DOENÇA INCURÁVEL (parte 2) -- Paula Pimenta

Sexta-feira passada, meu irmão estava chegando em casa, quando viu um cachorro andando de um lado para o outro em nossa rua. Ele ia para a direita, subia, rodava o quarteirão, voltava... e estava bebendo água suja de uma poça. Nessa hora, meu irmão não aguentou. Eu também não aguentaria. Colocamos o “cachorrinho” pra dentro, onde ele está até o presente momento, ter

No dia em que eu publiquei a crônica passada, muita gente me escreveu sugerindo que eu incluísse crianças carentes no tal centro para animais perdidos, onde eu tenho a intenção de investir meu dinheiro, caso venha algum dia a ganhar na loteria. Só que se eu fizesse isso, não seria um centro de acolhimento para animais, as crianças passariam a ser o foco principal e aí o meu projeto perderia o sentido. Eu quero criar um lugar onde o animal seja prioridade, porque nesse mundo de humanos, eles sempre estão em segundo plano e nunca recebem o devido valor.
Outro dia li o seguinte texto no orkut de uma amiga:
Para pensar um pouco:
“Doa-se uma criança clara, olhos azuis, inteligente e bem educada. É muito dócil e se dá bem com todos. Motivo: Mudança.”
”Criança será eutanasiada se não encontrar uma família para adotá-la urgente!”
“Criança será abandonada nas ruas se não encontrar uma nova família!”
“Criança que urina e defeca fora do lugar procura um lar com família que tenha tempo e paciência pra limpar suas necessidades.”
“Estou noiva e vou me casar em dezembro. Meu noivo não gosta de crianças, então estou doando meu filho.”
Porque o espanto? Troque a palavra criança pela palavra cão e gato, assim você não se assusta com os anúncios, não é mesmo? Quem assim faz, faz em todos os campos da vida.
O texto acima reflete exatamente meu pensamento. Quem tem coragem de abandonar um animal, abandona qualquer coisa, não tem responsabilidade, compaixão, solidariedade e nem amor no coração. Já escutei casos de gente que por não querer mais o cachorro, o solta na estrada para que ele seja atropelado. Isso é muito mais do que covardia, é falta de caráter mesmo! Pena de morte pra uma pessoa dessas! Volto a dizer que me compadeço mais de cachorros de rua do que crianças na mesma situação. Se soltam uma criança no mundo, ela vai andando até encontrar alguém pra explicar a situação. Se soltam um cachorro, o que acontece? Ou ele vai ser mesmo atropelado, ou vai pegar alguma doença, ou morre de fome, a não ser que alguma louca que já tenha seis cachorros em casa resolva acolhê-lo.

Você aí, que está lendo essa crônica, já pensou em ter um boxer?
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Comentários
Janyr Menezes.