MADRUGADA, ÁGUA E COR >> Cristiana Moura
Muito já contei sobre ela, mas esta menina-moça-mulher não se esgota no tempo e, hoje, volto aqui, para dar notícias de sua vida. Gabriela, que já brincou com a beleza efêmera das bolhas de sabão, que já deixou um pedaço de sorriso em cada encontro fugaz, abandonando-se em infância e juventude remotas. Ela mesma, que teve um sorriso não planejado num sinal fechado e aprendeu a costurar pedaços do dia a dia com linhas de névoa e assoprar, agora, sabe devanear com os pés firmes no chão. http://www.cronicadodia.com.br/2014/07/um-sorriso-numa-bolha-de-sabao.html
Gabi, com seus cabelos brancos por entre os negros a iluminar pensamentos e sonhos, vive o segundo tempo da vida com a intensidade forjada por desejo e medo atados, pois já sabe que são parceiros. Ao mesmo tempo que baila solo na sala de estar, a vida lhe é urgente, transparente, fluida e quer gente.
Na polifonia da vida cotidiana, mora em seu casulo-casa-corpo e, simultaneamente, reencontra com entusiasmo e volúpia, também transformada, aquela que por batismo, é defensora da humanidade. Diante papel, pincéis e aquarela, Gabriela lhe fez uma promessa. Não cumpriu.
— Eu te prometi as estrelas, mas hoje, só soube te dar madrugada, água e cor.
Comentários
E que há poesia em tudo.
Grata
E esse título é um dos mais lindos que já vi! Perfeito para um livro de Cris Moura.