SOMOS TODOS BRINCANTES >> Clara Braga

Escolhi o dia de hoje, penúltimo dia ano para assistir a um filme que há muito eu vinha querendo assistir e acredito que não poderia ter tido um dia mais propício para isso do que hoje. Depois de acompanhar algumas retrospectivas do ano marcado por momentos bons, mas, essencialmente tragédias, mortes e doenças causadas principalmente pela tristeza, o filme Tarja Branca nos faz refletir e lembrar da importância de um poderoso remédio: a brincadeira!

Não entendo como podemos ter tanto preconceito com algo tão natural ao ser humano. As pessoas não brincam mais por serem forçadas o tempo todo a serem sérias, mas será que ninguém nunca observou a seriedade com que uma criança leva o seu momento de se divertir? Alegria e trabalho, alegria e seriedade, brincadeira e produtividade, quando foi que esquecemos que todas essas coisas andam juntas e não separadas? Afinal, não é brincando que aprendemos a solucionar nossos primeiros problemas? Não é brincando que começamos a aprender o que é pesquisar? Não é brincando que temos acesso ao nosso lado mais espontâneo? E não são todas essas qualidades que são exigidas de nós o tempo todo?

Falta brincadeira, falta riso, falta a não seriedade, falta espontaneidade e falta, principalmente, lembrarmos que somos seres sociais, e a brincadeira nos permite esse contato tão escasso com outras pessoas. Se nos tornamos seres tristes e deprimidos um dos motivos é o fato de termos esquecido que somos seres sociais e, então, não nos sentimos mais pertencentes a nada, nem a nós mesmos.

A sociedade com certeza não se incomoda com isso, afinal, parece que mais e mais as pessoas temem aqueles que possuem auto conhecimento, que são donos do próprio nariz, que são felizes com o que trabalham e temem, principalmente, aqueles que tem humor, até porque a comédia tem um poder gigante! Tentam nos convencer de que brincar é coisa de criança, então cabe a nós nos lembrarmos que depende apenas de nós mesmos nunca deixarmos o nosso lado criança morrer. Ninguém pode nos tirar o direito de sermos felizes, de nos divertirmos, de brincar! 

Concordo com uma das entrevistadas do filme, sou a favor da revolução que está faltando: a das crianças! E essa seria muito bem vinda no nosso país, pois é inimaginável que em um país tão festivo como o Brasil, ainda possa haver tanta dificuldade e falta de brincadeira no nosso dia a dia. Para 2015 eu desejo a todos que nos tornemos grandes brincantes!

Comentários

peculas disse…
Realmente devemos ser mais brincalhoes. Não ficar preso apenas nas coisas serias da vida.

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