LIMPEZA CEREBRAL >> Paulo Meireles Barguil
Que o cérebro consome lixo, eu já sabia.
Para evitar tal tipo de contaminação, várias estratégias são possíveis, de modo especial, evitar contato com tais fontes radioativas.
Ciente também eu era de que sentimentos, pensamentos e comportamentos também podem ser nocivos à nossa saúde, motivo pelo qual precisamos, continuamente, nos purificar, adotando as práticas com que mais nos identificamos: atividade física, meditação, oração, passeios na natureza, respiração, terapia...
Eu ignorava, contudo, o fato de que o cérebro também produz imundície e de que no sono ocorre a limpeza do mesmo, via sistema glinfático — em referência às células da Glia, nele localizadas, que funciona de maneira similar ao sistema linfático, responsável pela purificação do corpo.
Há dois anos, cientistas da Universidade de Rochester, que fica no Estado de New York, publicaram um artigo na Science Translational Medicine, sobre a descoberta de um sistema de asseamento do cérebro, que consiste na retirada com o fluido cerebrospinal de proteínas acumuladas no espaço entre as células, de modo especial da beta-amiloide, relacionada à doença de Alzheimer.
Outro aprendizado: muitas das doenças neurodegenerativas estão associadas à acumulação de lixo celular nos tecidos cerebrais.
Tendo aprendido isso ontem de noite, no horário habitual da escrita da crônica, é que decidi dormir: é melhor manchar levemente minha ficha com o Editor chefe, em virtude de um singelo adiamento, do que atrasar a minha limpeza cerebral.
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