CRÔNICA UP DATE [Débora Böttcher]
Essa é uma crônica escrita no domingo, 09/10/2011, mas publicada em seu dia usual - o sábado.
Não, não estou a enganar o tempo com uma mágica excepcional; tal ocorrência só é possível por causa da tecnologia virtual, onde se pode ir e voltar nas horas sem prejuízo da cadência natural.
É que ontem, no tempo de fato, eu não poderia escrever sobre uma experiência que ainda não tinha sido vivida. Tentei. Comecei a escrever o texto anunciando o lançamento em São Paulo do livro 'Acaba Não, Mundo' que, como vocês sabem, é a coletânea de crônicas publicadas neste espaço.
Era um evento novo para mim. Diferentemente de muitos dos autores, que já publicaram um ou vários livros, a experiência me era inédita e surpreendente, pois nunca pensei, com seriedade, em lançar um livro ou mesmo fazer parte de um. E eu ia estar lá, de cara com um livro impresso, meu nome entre os de tantos que admiro. Isso só foi possível por conta da imensa generosidade de Eduardo (Loureiro Jr.), que me deu a 'oportunidade da inclusão' num espaço que abriga gente tão especial e talentosa.
Assim, não havia como escrever sobre isso senão na volta. De outra forma, seria uma sensação inventada, já que na vida real, bem sabemos, não é possível, mesmo que se queira e ardentemente se tente, espiar o futuro pelas brechas.
Além disso, nem minha melhor imaginação e expectativa poderiam adivinhar o momento com toda sua carga de alegria, medo e emoção que se sucedeu. É que sou uma pessoa tímida e a idéia de autografar um livro me deixou um tanto apreensiva.
Também fiquei ansiosa com a possibilidade tão real e palpável de conhecer os demais escritores que aqui escrevem (quinze estavam na terra da garoa, que, naturalmente, recepcionou a todos com uma chuvarada!), gente que admiro e gosto de um jeito muito especial, muitos sem nunca ter visto, muitas vezes sem sequer ter trocado uma palavra - caso, por exemplo, de Wishner Fraga e Edu Prearo. Também estavam lá Maria Rita, que convive comigo no espaço/lista Artemis, e Fernanda Pinho, com quem interajo também em divertidas minimensagens no Facebook, acompanhando seus dias tumultuados que ela consegue transformar em tiradas divertidas, que me arrancam gargalhadas na frente da tela. Como seria possível escrever sobre isso tudo antes de acontecer? Não era viável também falar sobre coisas que eu não imaginava, como a surpresa de encontrar Anna Christina Saeta de Aguiar, que sempre me envolve com sua escrita ora densa, ora divertida e delicada. E como prever uma conversa leve e alegre com Alexandre Havt Bindá, sem saber que ele era ELE, o irmão de Andréa Havt Bindá, a autora a quem o livro é dedicado, num texto tão profundo e expressivo...
Como descrever, antes, o momento de finalmente estar de frente com Carla Dias, que conheci primeiramente através da poesia há tanto tempo que nem me lembro, e com quem falei por telefone uma única vez há treze anos, na tentativa, na ocasião, de combinar um encontro que nunca ocorreu. E ela estava lá, bela e querida, meiga e amorosa como só ela pode ser, e me presenteou com um abraço tão aconchegante quanto atrasado por tanto tempo... Indescritível, ainda agora, narrar o que senti...
E como seria possível falar antecipadamente sobre a imensa felicidade de rever amigos antigos? Claudia Letti, Carla Cintia Conteiro, Eduardo Loureiro, Ana Gonzalez (essa, uma presença mais constante fisicamente pra mim e que é sempre bom encontrar), Kika Coutinho, Mariana Monici, pessoas que gosto tanto - e mais -, mas que por conta do dia-a-dia corrido - esse, que está sempre a nos engolir com urgências nem sempre relevantes - vejo tão pouco.
Impossível também imaginar as inúmeras pessoas desconhecidas, familiares e leitores virtuais que lá estiveram para nos prestigiar. Foi uma tarde tão especial que cravou na memória um botton - feito o que Maurício Cintrão (tão querido!) nos brindou. Coração, corpo e alma ficaram carimbados por esse dia único que Eduardo, com sua garra, persistência e coragem, nos proporcionou. O sonho que ele sonhou primeiro, se transformou numa realidade ímpar para todos nós.
Eu me sinto privilegiada e agradecida. Quando a gente menos espera, constata que a vida está sempre pronta a nos surpreender. Acontecimentos assim são os que tornam nossa travessia no Mundo - que, esperamos, não acabe! - um milagre cotidiano...
Não, não estou a enganar o tempo com uma mágica excepcional; tal ocorrência só é possível por causa da tecnologia virtual, onde se pode ir e voltar nas horas sem prejuízo da cadência natural.
É que ontem, no tempo de fato, eu não poderia escrever sobre uma experiência que ainda não tinha sido vivida. Tentei. Comecei a escrever o texto anunciando o lançamento em São Paulo do livro 'Acaba Não, Mundo' que, como vocês sabem, é a coletânea de crônicas publicadas neste espaço.
Era um evento novo para mim. Diferentemente de muitos dos autores, que já publicaram um ou vários livros, a experiência me era inédita e surpreendente, pois nunca pensei, com seriedade, em lançar um livro ou mesmo fazer parte de um. E eu ia estar lá, de cara com um livro impresso, meu nome entre os de tantos que admiro. Isso só foi possível por conta da imensa generosidade de Eduardo (Loureiro Jr.), que me deu a 'oportunidade da inclusão' num espaço que abriga gente tão especial e talentosa.
Assim, não havia como escrever sobre isso senão na volta. De outra forma, seria uma sensação inventada, já que na vida real, bem sabemos, não é possível, mesmo que se queira e ardentemente se tente, espiar o futuro pelas brechas.
Além disso, nem minha melhor imaginação e expectativa poderiam adivinhar o momento com toda sua carga de alegria, medo e emoção que se sucedeu. É que sou uma pessoa tímida e a idéia de autografar um livro me deixou um tanto apreensiva.
Também fiquei ansiosa com a possibilidade tão real e palpável de conhecer os demais escritores que aqui escrevem (quinze estavam na terra da garoa, que, naturalmente, recepcionou a todos com uma chuvarada!), gente que admiro e gosto de um jeito muito especial, muitos sem nunca ter visto, muitas vezes sem sequer ter trocado uma palavra - caso, por exemplo, de Wishner Fraga e Edu Prearo. Também estavam lá Maria Rita, que convive comigo no espaço/lista Artemis, e Fernanda Pinho, com quem interajo também em divertidas minimensagens no Facebook, acompanhando seus dias tumultuados que ela consegue transformar em tiradas divertidas, que me arrancam gargalhadas na frente da tela. Como seria possível escrever sobre isso tudo antes de acontecer? Não era viável também falar sobre coisas que eu não imaginava, como a surpresa de encontrar Anna Christina Saeta de Aguiar, que sempre me envolve com sua escrita ora densa, ora divertida e delicada. E como prever uma conversa leve e alegre com Alexandre Havt Bindá, sem saber que ele era ELE, o irmão de Andréa Havt Bindá, a autora a quem o livro é dedicado, num texto tão profundo e expressivo...
Como descrever, antes, o momento de finalmente estar de frente com Carla Dias, que conheci primeiramente através da poesia há tanto tempo que nem me lembro, e com quem falei por telefone uma única vez há treze anos, na tentativa, na ocasião, de combinar um encontro que nunca ocorreu. E ela estava lá, bela e querida, meiga e amorosa como só ela pode ser, e me presenteou com um abraço tão aconchegante quanto atrasado por tanto tempo... Indescritível, ainda agora, narrar o que senti...
E como seria possível falar antecipadamente sobre a imensa felicidade de rever amigos antigos? Claudia Letti, Carla Cintia Conteiro, Eduardo Loureiro, Ana Gonzalez (essa, uma presença mais constante fisicamente pra mim e que é sempre bom encontrar), Kika Coutinho, Mariana Monici, pessoas que gosto tanto - e mais -, mas que por conta do dia-a-dia corrido - esse, que está sempre a nos engolir com urgências nem sempre relevantes - vejo tão pouco.
Impossível também imaginar as inúmeras pessoas desconhecidas, familiares e leitores virtuais que lá estiveram para nos prestigiar. Foi uma tarde tão especial que cravou na memória um botton - feito o que Maurício Cintrão (tão querido!) nos brindou. Coração, corpo e alma ficaram carimbados por esse dia único que Eduardo, com sua garra, persistência e coragem, nos proporcionou. O sonho que ele sonhou primeiro, se transformou numa realidade ímpar para todos nós.
Eu me sinto privilegiada e agradecida. Quando a gente menos espera, constata que a vida está sempre pronta a nos surpreender. Acontecimentos assim são os que tornam nossa travessia no Mundo - que, esperamos, não acabe! - um milagre cotidiano...
Comentários
Uma pequena cirurgia de imprevisto fez com que eu adiasse meu sonho de estar junto de vocês, a quem admiro tanto.
Teria sido algo emocionante,uma emoção a mais nesses anos em que vocês me proporcionaram muias delas.
Bjs
Marisa, seus livros estavam lá esperando por você. Senti sua falta e ainda cultivo a esperança de vê-la (quem sabe, no Rio).
Eduardo, sem palavras... Obrigada por tudo. Beijo enorme.
beijos de fã!
Que delicia de texto. Tao bom qto a tarde de ontem....
Adoramos ver vcs! Bjs
Kika
Um sábado de fantasia, alegria e brilho, sim. Muito purpurinado :D
Daqueles sábados que duram mais ou menos até o outro sábado, porque fazem a gente passar a semana feliz e sorridente, ainda com as sensações boa pregadas na memória.
Bora pro Rio?
Beijos
Chris