O JARDIM
>> Felipe Peixoto Braga Netto
Daqui do 11º andar, vejo o jardim. A casa é antiga, de linhas clássicas, e eu a conheço bem daqui de cima. Está cercada por prédios, mas resiste com dignidade. É uma parte bonita de passado que não contradiz o presente. Vejo esse telhado vermelho, vejo a curva da escada, vejo e acho bonito.
Mas bonito mesmo é o jardim. O dono nem desconfia, mas ele já é um pouco meu. Quando estou cansado de escrever ou mesmo triste, venho para minha pequena janela (onde ninguém me vê) e vejo o jardim. Vejo rosas vermelhas, rosas brancas e até – vejam só – rosas rosas.
Parece mentira, mas na capital mineira, nesse apressado século XXI, tão digital e tão sabido, existe uma casa com galinhas que passeiam felizes na sombra da árvore. Galinhas – juro por Deus – que nunca ouviram falar em terrorismo. Galinhas sem opiniões a respeito do aquecimento global. Se me contassem, talvez não acreditasse, mas olha ali, leitor, está vendo?
Bonito, não? Também acho. Tem gosto de infância, um pomar cheio de verdes coisas saudáveis, um pedacinho de eternidade que de tão bom parece inventado. Além das rosas, há outras coisas verdes e coloridas que dá gosto de ver. Olho uma, olho outra, fico admirado com a criatividade alegre de Deus.
Também me admira – justiça seja feita – esse honrado trabalhador que já aprendi a aplaudir: um jardineiro. Nunca o vi de perto, acho que nunca o verei. Não importa. Aposto que ele ama o que faz. Em toda profissão, em toda atividade, há quem faça por fazer e há quem faça por amor. Precisa dizer que as plantas sabem a diferença?
O jardineiro, sempre calçado de sandálias e amor, distribui carinhos às amigas verdes, que retribuem em várias cores. Às vezes me assusto: corta corajosamente pedaços que eu não cortaria. Sabe o que faz: dias depois eles renascem – ainda mais fortes, ainda mais belas. Só tenho vontade de dizer obrigado, muito obrigado. Eu vejo o jardim e descanso. Às vezes, rezo. Aprendo que o tempo muda tudo. Menos o que é
eterno.
Mas bonito mesmo é o jardim. O dono nem desconfia, mas ele já é um pouco meu. Quando estou cansado de escrever ou mesmo triste, venho para minha pequena janela (onde ninguém me vê) e vejo o jardim. Vejo rosas vermelhas, rosas brancas e até – vejam só – rosas rosas.
Parece mentira, mas na capital mineira, nesse apressado século XXI, tão digital e tão sabido, existe uma casa com galinhas que passeiam felizes na sombra da árvore. Galinhas – juro por Deus – que nunca ouviram falar em terrorismo. Galinhas sem opiniões a respeito do aquecimento global. Se me contassem, talvez não acreditasse, mas olha ali, leitor, está vendo?
Bonito, não? Também acho. Tem gosto de infância, um pomar cheio de verdes coisas saudáveis, um pedacinho de eternidade que de tão bom parece inventado. Além das rosas, há outras coisas verdes e coloridas que dá gosto de ver. Olho uma, olho outra, fico admirado com a criatividade alegre de Deus.
Também me admira – justiça seja feita – esse honrado trabalhador que já aprendi a aplaudir: um jardineiro. Nunca o vi de perto, acho que nunca o verei. Não importa. Aposto que ele ama o que faz. Em toda profissão, em toda atividade, há quem faça por fazer e há quem faça por amor. Precisa dizer que as plantas sabem a diferença?
O jardineiro, sempre calçado de sandálias e amor, distribui carinhos às amigas verdes, que retribuem em várias cores. Às vezes me assusto: corta corajosamente pedaços que eu não cortaria. Sabe o que faz: dias depois eles renascem – ainda mais fortes, ainda mais belas. Só tenho vontade de dizer obrigado, muito obrigado. Eu vejo o jardim e descanso. Às vezes, rezo. Aprendo que o tempo muda tudo. Menos o que é
eterno.
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