TENTATIVAS >> Paulo Meireles Barguil
Não sei quando decidi que queria morar em um local no qual eu tivesse maior contato com a natureza e os seus encantos.
Ignoro também os múltiplos motivos que me levaram a tal desejo, embora identifique alguns: tanto os de natureza expansiva, quanto os de cunho retrativo.
A 1ª tentativa, por volta dos vinte e poucos anos, foi uma grande frustração por vários fatores: seja porque foi curta; seja porque não consegui efetivamente morar no "meio do mato"; seja porque tive que voltar a morar em Fortaleza contra a minha vontade.
Mirando a metade do século de existência, decidi me presentear com aquela antiga vontade.
Compra do terreno, elaboração do projeto arquitetônico, construção da casa e, então, a mudança: em cada uma dessas fases, desenvolvi habilidades insólitas para mim.
Há alguns meses, venho convivendo com novos vizinhos e inquilinos: sapos, grilos, vaga-lumes, corujas, borboletas, pombos, formigas, lagartas, calangos, maribondos...
Os sentimentos que eles me causam são díspares, mas me propiciam aprendizados singelos e profundos, de modo especial sobre a brevidade da vida.
Que esse balbucio me leve...
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