VILLANI-CÔRTES >> Carla Dias >>
Eu gosto de biografias, tanto quanto aprecio a história de criação das obras de feitores de arte que perpetuam amores e dores, de criadores de indústrias, de engenheiros dedicados a enfrentar os percalços da jornada que é desafiar as leis da física. De cientistas em busca da vida sendo baforada para fora dos tubos de ensaio.
Sou telespectadora do canal Bio, que, infelizmente, é coisa de TV paga... Ao menos por enquanto. Há muito veiculado ali que deveria caber também nas salas de aula.
Se a nós é tão agradável saber da vida alheia, folheando revistas em busca da gafe de celebridades, ou mesmo os jornais, para saber quem está mais bem colocado pelo Ibope, por que não dedicarmos esta curiosidade também aos que constroem a identidade do nosso país?
Em agosto passado, a Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos recebeu um evento muito especial, uma homenagem aos 80 anos de Edmundo Villani-Côrtes, pianista, regente, arranjador e compositor. O evento incluiu uma agenda de apresentações, contando com Vitor Garbelotto, Esdras Maddalon Evaristo, Marcus Toscano, Thiago Oliveira, Bruno Madeira, Ericssom Castro, Andrea Paz, Daniel Motta, a Camerata de Violões NAMMUSIC, com regência de Rafael Altro, e os internacionais Elodie Bouny (Venezuela/França) e Gonçalo Cordeiro (Portugal). Além de, obviamente, o próprio homenageado, que apresentou um concerto no qual recebeu convidados. A exposição fotográfica “80 anos de Villa-Côrtes”, com coordenação de Mônica Côrtes e Rafael Altro, permaneceu em cartaz na Livraria Cultura. Lamento apenas a exposição não ter encontrado um espaço fixo em algum centro cultural, porque mereceria permanecer à vista dos interessados.
Colocar aqui, com uma nova roupagem, o currículo deste artista, não seria contar sua história como ela merece ser abordada. Durante minha visita à exposição fotográfica, percebi que há muitas formas de se contar uma história de vida. Nós sabemos disso, mas é diferente quando presenciamos essa ciência. As imagens mostravam o homem que aprendeu a viver a música, e que, em algum momento de sua jornada, misturou-se de tal forma a ela, que ficou difícil pensá-los em separado. Sua biografia também se mistura a do nosso Brasil. Enfim, as biografias das pessoas, de suas crias e criações, dos lugares, são uma miscelânea que cria a identidade da nossa cultura.
Imagens: Mônica Côrtes
Comentários
Grato, Carla.
Você é uma verdadeira mensageira dos deuses. :)
E confesso que adorei essa de "mensageira dos deuses"...
agora compreendo porque a sua consultoria cultural é de ótima qualidade, apesar de gratuita: mensagem dos deuses.
Eduardo... Ah, achei que se lembraria, porque quando você chegou ao lançamento eu os apresentei e vocês bateram um longo papo. De qualquer forma, ela é fantástica.