ESCOLHAS >> Eduardo Loureiro Jr.
Eleição é escolha. Embora o que você obtenha não seja, necessariamente, aquilo que escolheu. Acontece com frequência de você ficar com algo que foi escolha de outra pessoa. Ironias da democracia — governo do povo.
Para aumentar as chances de sua escolha ser a escolha escolhida, você deve convencer outras pessoas — que não são tão firmes em suas escolhas — a escolherem o mesmo que você. A não ser que você é que não seja tão firme em suas escolhas, nesse caso você será convencido da escolha de outro. Ironias da democracia — governo do povo.
Escolhe-se um representante, uma pessoa que substitui outras, que toma decisões por outras. Escolhemos, então, alguém que fará escolhas por nós. Alguém — que não é a escolha de todos — fará escolhas por todo mundo. Ironias da democracia — governo do povo.
Seria bom se fosse só de dois em dois anos, nas eleições municipais e nas eleições estaduais e federais, mas acontece todo dia. Fazemos várias escolhas diárias e algumas delas se resumem a escolher alguém que escolherá por nós. Terceirizamos, com frequência, nossas decisões. Não comemos aquilo de que temos fome. Não trabalhamos no que gostamos. Não convivemos com quem queremos. Embora escolhamos — em nossos desejos — determinadas iguarias, artesanias e companhias, parece haver uma outra escolha que prevalece e que nos apresenta e reapresenta comida sem sal, trabalho maçante e pessoas chatas. Ironias da democracia — governo do demo.
Mas nós somos o povo, o demo. Cada um de nós é o próprio demônio. Escolhemos, contra-escolhemos e sobrepomos escolhas. Somos o que é firme e o que é convencido. Fazemos propaganda — por vezes, enganosas — para nós mesmos. Prometemos o que não podemos cumprir. Imprimimos panfletos e damos a impressão de afetos; distribuímos, santos de pau oco que somos, os santinhos — ironias do demo.
Tudo é engodo. Tudo é engano. E nós ainda terceirizamos a carga, assim como terceirizamos o cargo: "Bando de políticos corruptos!". Corruptos somos nós. Corrompidos, rompidos, partidos em nossas escolhas, querendo uma coisa agora, e a coisa oposta cinco minutos depois. Subornamos e pagamos propina a nós mesmos, na forma de salário e lamentos. E concluímos tudo isso em surdina, pois o voto é secreto, apenas de nosso governo — ironias do demo.
Para aumentar as chances de sua escolha ser a escolha escolhida, você deve convencer outras pessoas — que não são tão firmes em suas escolhas — a escolherem o mesmo que você. A não ser que você é que não seja tão firme em suas escolhas, nesse caso você será convencido da escolha de outro. Ironias da democracia — governo do povo.
Escolhe-se um representante, uma pessoa que substitui outras, que toma decisões por outras. Escolhemos, então, alguém que fará escolhas por nós. Alguém — que não é a escolha de todos — fará escolhas por todo mundo. Ironias da democracia — governo do povo.
Seria bom se fosse só de dois em dois anos, nas eleições municipais e nas eleições estaduais e federais, mas acontece todo dia. Fazemos várias escolhas diárias e algumas delas se resumem a escolher alguém que escolherá por nós. Terceirizamos, com frequência, nossas decisões. Não comemos aquilo de que temos fome. Não trabalhamos no que gostamos. Não convivemos com quem queremos. Embora escolhamos — em nossos desejos — determinadas iguarias, artesanias e companhias, parece haver uma outra escolha que prevalece e que nos apresenta e reapresenta comida sem sal, trabalho maçante e pessoas chatas. Ironias da democracia — governo do demo.
Mas nós somos o povo, o demo. Cada um de nós é o próprio demônio. Escolhemos, contra-escolhemos e sobrepomos escolhas. Somos o que é firme e o que é convencido. Fazemos propaganda — por vezes, enganosas — para nós mesmos. Prometemos o que não podemos cumprir. Imprimimos panfletos e damos a impressão de afetos; distribuímos, santos de pau oco que somos, os santinhos — ironias do demo.
Tudo é engodo. Tudo é engano. E nós ainda terceirizamos a carga, assim como terceirizamos o cargo: "Bando de políticos corruptos!". Corruptos somos nós. Corrompidos, rompidos, partidos em nossas escolhas, querendo uma coisa agora, e a coisa oposta cinco minutos depois. Subornamos e pagamos propina a nós mesmos, na forma de salário e lamentos. E concluímos tudo isso em surdina, pois o voto é secreto, apenas de nosso governo — ironias do demo.
Comentários
Eu particularmente,que ninguém nos ouça,detesto votar!Sei que isso chega a ser um despropósito já que tanto se lutou por isso.¨Democracia ¨,tsctsc.
Bem, seu texto é corajoso,interessante e reflete toda essa engrenagem a qual estamos submetidos.Realmente é um engano.
como sempre PERFEITO!
Tô eleito, Marilza? :) Brigadim.
Humilde humo humano, Albir. A terra fascina mesmo. :)
É, Fernanda... foram 1.353.820 escolhas. Ironia milionária.