TECNOLOGIA NA COZINHA [Ana Gonzalez]
Comprei pela internet. O pacote chegou depois da espera convencional. Mas eu estava já contando as horas e os minutos. Comprei porque me prometia maravilhas: um liquidificador e um multiprocessador juntos. O primeiro era velho amigo e foi o grande motivo da minha ansiedade. Forte, novo, lindão. Mas o segundo eu não sabia como usar. Ficou no armário, com as peças todas acondicionadas, depois de verificadas, do jeito que vieram pelo correio. Embora o manual parecesse simples, por precaução deixei o uso da novidade para um momento em que eu pudesse dar conta da tarefa.
Desse mesmo jeito eu lido com as tecnologias todas. Delongando a hora do confronto. Isso nem sempre é bom, claro. Por exemplo, tenho dois endereços no facebook, por inabilidade de me arrumar com um só. Não funcionou o primeiro. Quis consertar o desacerto e arranjei outro endereço.
Assim também tem acontecido em outras situações na internet. Contabilizo um monte de outras tentativas frustradas para entrar em um sem número de redes, inclusive o Orkut. E também não sei mexer muito no meu blog. Utilizo menos do que poderia. Nem tento o twitter.
Sei, sei que é uma pena. Já sofri com isso. Hoje em dia, dou-me um tempo enorme para aprender aos poucos. Permito-me essas impropriedades. Alguns dizem que isso é sinal de maturidade. Amigo ou amiga, conclua como puder ou quiser. Saiba que aceito ajuda para aprender a lidar com essas coisas.
Enfim, chegou o dia do multiprocessador de coisas. Naquele dia, o menu tinha cenouras e bogô (um vegetal de que japonês gosta muito e que tem muita vitamina, segundo informações colhidas na feira). Experimentei uma vez. Frito com alho, cortado em rodelinhas, parece uma pipoca saborosa. Depois disso, faz parte do meu cardápio. Em vez de ralar os dedos com a cenoura e cansar os punhos com o bogô, que tal utilizar a tralha guardada no armário, me disse uma voz delicada ao ouvido?
Pois fui à luta. Com o espírito preparado, propus-me a descobrir como ralaria a cenoura em pedaços não muito grandes e como cortaria o gobô em rodelinhas finas. Chegara o necessário enfrentamento com a máquina. Cerca de doze peças estavam à minha frente. Arrumei todas elas e tentei montar para as funções escolhidas. Várias vezes, fui mudando as maiores e as menores de algumas maneiras conforme minha criatividade indicava. Não deu certo.
Sucumbi, então, ao manual. Estudei as páginas e tentei de novo. Claro que funcionou, mas o estresse aconteceu. E só se desfez quando, à mesa, devorei uma pratada de suflê de cenoura com pipoca de bogô e arroz integral. Pequenas alegrias de uma lua em touro, à frente de uma refeição saudável e deliciosa.
Outra experiência do campo do sensível veio depois. A sensação de encantamento com os efeitos da tecnologia. Quase uma gratidão! Nessas horas, sempre me lembro da minha linda avó, que sorriria perante a situação e concordaria que toda essa novidade ajuda pra caramba. E há um outro detalhe: depois de conseguir montar o aparelho, acertando as partes, verifiquei que ouvia um clic que significava o seu perfeito encaixe. Só depois desse clic o aparelho funcionava. Prudência da tecnologia. Isso não é demais?
Site: www.agonzalez.com.br
Desse mesmo jeito eu lido com as tecnologias todas. Delongando a hora do confronto. Isso nem sempre é bom, claro. Por exemplo, tenho dois endereços no facebook, por inabilidade de me arrumar com um só. Não funcionou o primeiro. Quis consertar o desacerto e arranjei outro endereço.
Assim também tem acontecido em outras situações na internet. Contabilizo um monte de outras tentativas frustradas para entrar em um sem número de redes, inclusive o Orkut. E também não sei mexer muito no meu blog. Utilizo menos do que poderia. Nem tento o twitter.
Sei, sei que é uma pena. Já sofri com isso. Hoje em dia, dou-me um tempo enorme para aprender aos poucos. Permito-me essas impropriedades. Alguns dizem que isso é sinal de maturidade. Amigo ou amiga, conclua como puder ou quiser. Saiba que aceito ajuda para aprender a lidar com essas coisas.
Enfim, chegou o dia do multiprocessador de coisas. Naquele dia, o menu tinha cenouras e bogô (um vegetal de que japonês gosta muito e que tem muita vitamina, segundo informações colhidas na feira). Experimentei uma vez. Frito com alho, cortado em rodelinhas, parece uma pipoca saborosa. Depois disso, faz parte do meu cardápio. Em vez de ralar os dedos com a cenoura e cansar os punhos com o bogô, que tal utilizar a tralha guardada no armário, me disse uma voz delicada ao ouvido?
Pois fui à luta. Com o espírito preparado, propus-me a descobrir como ralaria a cenoura em pedaços não muito grandes e como cortaria o gobô em rodelinhas finas. Chegara o necessário enfrentamento com a máquina. Cerca de doze peças estavam à minha frente. Arrumei todas elas e tentei montar para as funções escolhidas. Várias vezes, fui mudando as maiores e as menores de algumas maneiras conforme minha criatividade indicava. Não deu certo.
Sucumbi, então, ao manual. Estudei as páginas e tentei de novo. Claro que funcionou, mas o estresse aconteceu. E só se desfez quando, à mesa, devorei uma pratada de suflê de cenoura com pipoca de bogô e arroz integral. Pequenas alegrias de uma lua em touro, à frente de uma refeição saudável e deliciosa.
Outra experiência do campo do sensível veio depois. A sensação de encantamento com os efeitos da tecnologia. Quase uma gratidão! Nessas horas, sempre me lembro da minha linda avó, que sorriria perante a situação e concordaria que toda essa novidade ajuda pra caramba. E há um outro detalhe: depois de conseguir montar o aparelho, acertando as partes, verifiquei que ouvia um clic que significava o seu perfeito encaixe. Só depois desse clic o aparelho funcionava. Prudência da tecnologia. Isso não é demais?
Site: www.agonzalez.com.br
Comentários
Outro dia, eu descobri a utilidade de um Mix - imagine só! Depois disso, parei de usar o liquidificador - é bem mais prático pra lavar e guardar. :)))
Super beijo.
Bjs
Ai, que parceria aliviante e estimuladora!...rsrsrsrs... Obrigada pelas palavras.
Ana González
Ana González