PAGAR PARA ME ASSUSTAR? EU NÃO!
>> Clara Braga
Outro dia meu pai estava me contando a nova filosofia de vida dele. Ele leu um texto de Rubem Alves que dizia algo que eu não vou saber escrever nas mesmas palavras, mas vou passar o mesmo sentido.
Dizia que ele já passou da metade da vida dele, e então ficou mais seletivo, não quer estar com pessoas que ele não gosta só porque precisa, ou fazer coisas das quais não tem vontade só pra agradar alguém. Meu pai achou isso muito sábio, e de fato é. Então agora ele disse que vai ser mais seletivo também.
Eu, apesar de concordar tanto com Rubem Alves quanto com meu pai, não posso ainda me dar ao luxo de ser tão seletiva assim, mas com certeza posso ser seletiva em alguns aspectos, e percebi isso nesse final de semana quando decidi assistir ao filme A Mulher de Preto.
Tinha ouvido algumas pessoas falarem bem do filme, então decidi assistir, com a certeza de que o filme teria alguns sustinhos leves, mas teria uma história que fizesse valer os sustos. Durante o filme, o primeiro susto foi tranquilo, o segundo bem previsível, do jeito que eu esperava, o terceiro... opá, que susto! O quarto... meu Deus, esse filme só tem susto, é? E do quinto em diante o saco de pipoca estava na minha cara e eu não assisti mais nada do filme. A história do filme? Não tem história, só susto atrás de susto!
E nesse momento em que minha cara estava enterrada dentro do saco de pipoca eu me perguntei onde tinha ido parar a Clara que gostava de ir ao cinema com as amigas para passar susto propositalmente e depois passar a noite em claro sem conseguir dormir de medo. Eu pagava para ver filmes que, se esse negócio de classificação etária funcionasse naquela época, eu nem poderia ter visto, só pelo prazer de sentir medo. Onde já se viu isso, gostar de se assustar?
Bom, com certeza essa época da minha vida foi boa enquanto durou, mas nem a pau que eu vou tirar dinheiro do meu bolso, principalmente com o cinema estando caro do jeito que está, pra ficar morrendo de tomar susto dentro do cinema e ainda perder uma noite preciosa de sono só porque toda vez que fecho os olhos vem a cara feia daquela mulher horrorosa toda de preto gritando sem motivo nenhum bem na minha frente.
Posso não ser muito seletiva em vários pontos, mas podem ter certeza de que vou selecionar muito bem os filmes que vou assistir no cinema. E filmes de terror ou suspense podem até ter sua vez, mas alugados na locadora ou até comprados pirata na feira, desse jeito eu posso assistir em casa, com o som baixo pra música não assustar muito e de dia com a luz do sol batendo na tela da televisão para eu nem ver direito o que está acontecendo. Só assim eu posso ter a certeza de uma ótima noite de sono, que com o tempo vão se tornando preciosas.
Dizia que ele já passou da metade da vida dele, e então ficou mais seletivo, não quer estar com pessoas que ele não gosta só porque precisa, ou fazer coisas das quais não tem vontade só pra agradar alguém. Meu pai achou isso muito sábio, e de fato é. Então agora ele disse que vai ser mais seletivo também.
Eu, apesar de concordar tanto com Rubem Alves quanto com meu pai, não posso ainda me dar ao luxo de ser tão seletiva assim, mas com certeza posso ser seletiva em alguns aspectos, e percebi isso nesse final de semana quando decidi assistir ao filme A Mulher de Preto.
Tinha ouvido algumas pessoas falarem bem do filme, então decidi assistir, com a certeza de que o filme teria alguns sustinhos leves, mas teria uma história que fizesse valer os sustos. Durante o filme, o primeiro susto foi tranquilo, o segundo bem previsível, do jeito que eu esperava, o terceiro... opá, que susto! O quarto... meu Deus, esse filme só tem susto, é? E do quinto em diante o saco de pipoca estava na minha cara e eu não assisti mais nada do filme. A história do filme? Não tem história, só susto atrás de susto!
E nesse momento em que minha cara estava enterrada dentro do saco de pipoca eu me perguntei onde tinha ido parar a Clara que gostava de ir ao cinema com as amigas para passar susto propositalmente e depois passar a noite em claro sem conseguir dormir de medo. Eu pagava para ver filmes que, se esse negócio de classificação etária funcionasse naquela época, eu nem poderia ter visto, só pelo prazer de sentir medo. Onde já se viu isso, gostar de se assustar?
Bom, com certeza essa época da minha vida foi boa enquanto durou, mas nem a pau que eu vou tirar dinheiro do meu bolso, principalmente com o cinema estando caro do jeito que está, pra ficar morrendo de tomar susto dentro do cinema e ainda perder uma noite preciosa de sono só porque toda vez que fecho os olhos vem a cara feia daquela mulher horrorosa toda de preto gritando sem motivo nenhum bem na minha frente.
Posso não ser muito seletiva em vários pontos, mas podem ter certeza de que vou selecionar muito bem os filmes que vou assistir no cinema. E filmes de terror ou suspense podem até ter sua vez, mas alugados na locadora ou até comprados pirata na feira, desse jeito eu posso assistir em casa, com o som baixo pra música não assustar muito e de dia com a luz do sol batendo na tela da televisão para eu nem ver direito o que está acontecendo. Só assim eu posso ter a certeza de uma ótima noite de sono, que com o tempo vão se tornando preciosas.
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