O DOCE SABOR DA DERROTA >> Albir José Inácio da Silva
Sou um perdedor de eleições. Mesmo sem nunca ter me candidatado, vivo apanhando das urnas. Com raras e importantes exceções, meus candidatos sempre naufragam. Tenho amargado muitos “day after” eleitorais.
Quando não nos era permitido votar, acompanhei muitas vezes as votações do nefando “colégio eleitoral”, sentindo antecipadamente o sabor da derrota, já que sabíamos que o general da vez seria eleito.
Restabelecido o direito ao voto, as forças conservadoras têm imposto, principalmente nas eleições locais, uma política que impede o desenvolvimento, mantendo este país pelo menos 20 anos atrás de nações que, miseráveis até o fim do século passado, deram um alto em direção ao futuro.
Cada derrota das forças progressivas significa 4 anos de manutenção do “status quo”. E quatro anos é muito tempo, se considerarmos que a vida não tem assim tantas vezes quatro.
Mas, passadas a frustração e a ressaca, como canta Milton Nascimento, renova-se a esperança. Esperança de avanço, que nem chega a ser esperança de mudança. A história tem seu próprio ritmo que não coincide com a nossa existência curta e urgente.
Da derrota se inferem dois precedentes: primeiro que tenha havido jogo e, segundo, que tenhamos participado dele. Os que não podemos comemorar a vitória, comemoremos o jogo.
Mesmo você, jovem eleitor, que nunca sentiu o gosto amargo da falta de eleições, comemore a frustração da derrota, na certeza de que foi reconhecida sua cidadania e preservada sua dignidade. Queira sempre mais, sabendo reconhecer a importância do que foi conquistado naqueles dias cinzentos em que não se podia enxergar nem mesmo a esperança.
Quando não nos era permitido votar, acompanhei muitas vezes as votações do nefando “colégio eleitoral”, sentindo antecipadamente o sabor da derrota, já que sabíamos que o general da vez seria eleito.
Restabelecido o direito ao voto, as forças conservadoras têm imposto, principalmente nas eleições locais, uma política que impede o desenvolvimento, mantendo este país pelo menos 20 anos atrás de nações que, miseráveis até o fim do século passado, deram um alto em direção ao futuro.
Cada derrota das forças progressivas significa 4 anos de manutenção do “status quo”. E quatro anos é muito tempo, se considerarmos que a vida não tem assim tantas vezes quatro.
Mas, passadas a frustração e a ressaca, como canta Milton Nascimento, renova-se a esperança. Esperança de avanço, que nem chega a ser esperança de mudança. A história tem seu próprio ritmo que não coincide com a nossa existência curta e urgente.
Da derrota se inferem dois precedentes: primeiro que tenha havido jogo e, segundo, que tenhamos participado dele. Os que não podemos comemorar a vitória, comemoremos o jogo.
Mesmo você, jovem eleitor, que nunca sentiu o gosto amargo da falta de eleições, comemore a frustração da derrota, na certeza de que foi reconhecida sua cidadania e preservada sua dignidade. Queira sempre mais, sabendo reconhecer a importância do que foi conquistado naqueles dias cinzentos em que não se podia enxergar nem mesmo a esperança.
Comentários
Compactuo da sua sensação de derrota e tambem concordo que o negócio é ter jogo, como você bem lembrou, porque a gente nem isso tinha. Perdendo, seguimos cantando, porque quem canta seus males espanta, rs
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo, mas...
Aprendendo a jogar!
beijo grande!
Mas é isso mesmo: cada qual no seu tempo. :)