MIL E UM DIAS DA MULHER >> Eduardo Loureiro Jr.

Quando eu era bebezinho, minha mãe estudava com suas colegas de faculdade em nossa casa. Com minha mãe, além das amigas, vieram as tias, as primas, e depois mais primas e as irmãs. No mundo em que eu cresci, as mulheres eram as estrelas e nós, os homens, éramos os satélites: coadjuvantes.
Depois vieram as professoras, as médicas, as terapeutas, as amigas: sempre em maior quantidade que os homens. (Até minhas grandes amizades masculinas têm uma sensibilidade e afabilidade que não seria demasiado qualificar de "femininas".) Para onde eu fosse, sempre havia uma grande mulher: uma anfitriã amorosa, uma conselheira sábia.
Ainda hoje, se mudo de cidade, o que me aparece? Mulheres. Numa nova sala de aula, o que vejo? Mulheres. Um grupo de pesquisa? Mulheres. Um estúdio de TV? Mulheres. Estarão elas em todos os lugares ou sou eu que as procuro?
Tive dois casamentos. Um que pode parecer longo — 10 anos —, mas que eu prolongaria indefinidamente com prazer. O outro casamento foi curto — 2 meses —, mas o guardo com a intensidade dos infinitos. A essas duas mulheres, eu poderia chamar de deusas. (Ao próprio Deus, só chamo Deus por hábito, e para não me tomarem por maluco — vontade que tenho é chamá-lo Deusa.)
Minhas namoradas, e mesmo meus amores platônicos, não as tenho como criaturas terrenas, por isso às vezes as nomeio de Nuvens, Sereia, Lua... Em quase todos os meus relacionamentos, me pergunto: "Mas o que foi mesmo que esses seres especiais viram em mim?"
Quanto às minhas amigas queridas, não podem ser outra coisa senão as mais variadas manifestações daquele anjo mulher original. São elas a quem amo, e por elas é que sou amado no cumprimento do meu profetizado destino.
Em minha distorcida lógica masculina, parecia muita pobreza — muita desconsideração — que, dos 365 dias do ano, apenas um fosse dedicado à mulher. Que sociedade é essa que dedica um único dia a quem se poderia dedicar — por mérito e com prazer — toda uma vida? Mas elas — as mulheres — gostam dessa humilde lembrança, e multiplicam as alegrias e homenagens desse dia em tantos dias que — arrisco dizer — o ano delas deve ter mil e uma noites.
Ah, por que falo tanto? Por que me perco em excessivas palavras? Se "do luar não há mais nada a dizer a não ser que a gente precisa ver o luar", da mulher não há mais nada a dizer a não ser que a gente precisa ver e ouvir e beijar e cheirar e abraçar e admirar... a mulher.
Comentários
Te conheço tão pouco e com tanta intensidade que parece que tem muito tempo. Meu amigo,que só conheço por e.mail, você é muito especial, e hoje também é seu dia pois sua Alma é totalmente Feminina, você entende a mulher como ela é realmente, então te desejo tudo de bom no dia de hoje.
Beijos desta que te admira muito, mesmo em tão curto tempo.
Celia
E sinto-me assim: vista, ouvida, beijada, cheirada, abraçada, admirada... :)
Os olhos do mundo estão em mim através de suas palavras... Obrigada, amigo.
Beijo enorme.
Beijocas,
Ana Paula Zaupa
Grata por permitir que nossa beleza se irradie pelo seu olhar.
Beijo,
Inês
Celia, é uma honra ter uma alma feminina.
Debora, que o mundo nunca tire os olhos de seus sentimentos.
Albir, que continuemos contando com a benevolência das deusas. :)
Ana Paula, encanto e enlevo te levem as cantos mais felizes.
Luis Carlos, bem lembrado: nosso coração a seus pés. Eu adoro pés. :)
Dilma, que delicadeza sua lembrar de nós, homens.
Inezinha, a beleza de vocês melhora o meu olhar.
Alguém mais?
Being a woman of your life makes me grateful and conceited,simultaneously,thanks for that.
To my mind, your intelligence is something that is one of your "cups of tea."
Love now and always
Marisa, a vida quando faz sentido é como uma luz que acende pra iluminar e guiar outras vidas em busca de sentido.
"Chuvas", é gostoso me molhar em seus beijos carinhosos. O ano continua...
English woman, perdoe os erros do meu inglês ruim :) and be close.
Mais um belo presente que voc� nos d�.
Muito bom ter voc� t�o pertinho!
Voc� � muito especial�!
Tia Monca
Que as mulheres da sua vida sejam sempre tão generosas quanto você é ao percebê-las.
Amei o carinho. Um superbeijo para vc e obrigada por nunca esquecer de mim.
Andrea Bianchi
Tia Monca, quase mãe?! Retroceder jamais! :) Você é um presente bem grandão que eu desembrulho com calma e prazer.
Carla, re-conhecer, conhecer novamente e comunicar o conhecido às conhecidas. :) Você bem sabe que esse site correria o risco de já ter acabado sem a sua constância inspirada.
Andrea, Andrea, Andrea, nem acredito que é você. De tanto lembrar de você, tenho certeza de que um dia verei seus textos novamente aqui no Crônica do Dia. :)
Raquel, fiquei imaginando como essas três palavras de comentário soariam na sua boca numa noite na Cobal... :)
Muito grato a todas e todos vocês, gente! É um prazer escrever-lhes.
Obrigada pela lembrança. te conhecer foi maravilhoso!!! Parnaiba sentiu-se honrada por ter te recebido, sabemos que retornará logo. Seja sempre bem vindo.
Suas ex alunas: Feliciana Barros e Fatima Castro
Um grande abraço
SUELY BJS.
Fatima, seu roubo está autorizado. :)
Feliciana, já se recuperou?
E vamos em frente para uma crônica nova...