HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS, SAIA JUSTA PARA OS ADULTOS >> Clara Braga

Já vi rolando pela internet vários checklist da quarentena para você ver se as atividades que você está tendo em casa, são semelhantes ou diferentes da maioria das pessoas que também estão de quarentena. 

Até agora, a atividade que mais vi as pessoas fazendo foi assistir alguma live de um artista que gosta! Você já assistiu? Eu não só assisti como já me emocionei, chorei e tudo mais que tenho direito, inclusive aproveito para perguntar para quem entenda do assunto, é normal ficarmos mais sensíveis nesse momento?

Outra coisa que muita gente está fazendo é passar o dia todinho de pijama, tira só para tomar banho e coloca de novo! Por aí o pijama também virou seu melhor amigo? Ou talvez você tenha participado  de alguma vídeo conferência do trabalho com a blusa de trabalho e o short de pijama? Ou pior ainda, não tirou o pijama nem para tomar banho, não se sujou mesmo, banho para que?

E quem aí já fez algum exercício físico em casa, tirou foto, postou no Instagram e escreveu: tá pago? Esse item falta na minha lista. Não o exercício, mas não fiz o post!

Já bancou a Rita Lobo e testou uma receita nova na cozinha? E aí, depois dessa experiência você descobriu uma nova habilidade ou entendeu porque raramente vai para a cozinha? Por aqui, tirando um frango muito salgado, até que eu estou mandando bem!

Já maratonou séries? Já fez aquela super faxina na casa ou limpeza no armário? Enfim, a lista de coisas comuns que as pessoas estão buscando fazer para se distraírem é enorme, mas tem uma coisa em particular que eu estou fazendo que aposto ser uma exclusividade minha: estou traumatizando meu filho com animações clássicas!

Isso mesmo, você não leu errado, não estou divertindo ou distraindo meu filho, estou traumatizando meu filho! Claro que não foi proposital, achei que eu estava fazendo algo muito divertido. Todo dia separamos um momento do dia para assistir um filme, é uma forma de distração sem deixar que ele passe o dia inteiro na frente da televisão.

Então, começamos mostrando Toy Story. Podíamos jurar que estávamos abalando na seleção dos filmes. Resultado: ele acha que alguns brinquedos são maus e está com medo, mais especificamente de todos os macacos de brinquedo. 

Decidi então passar para Procurando Nemo, tinha tempo que não assistia mas lembrava que eu tinha amado. Alguém lembra que nos primeiros 5 minutos de filme a mãe do Nemo morre? Pois é, eu jurava que o filme já começava sem a mãe, mas não, ela morre junto com todos os peixinhos que iriam nascer, sobrando apenas o Nemo. Esse não consegui chegar no final, depois de 10 minutos me perguntando onde estava a mãe do Nemo e não aceitando "ela precisou ir embora" como resposta, ele desistiu de assistir e foi jogar bola.

Na hora de dormir ele pediu pra contar uma história, comecei a contar chapeuzinho vermelho. Quando chega na parte de explicar o tamanho da boca do lobo, não tive coragem e fiz minha versão da história, disse apenas que o lobo iria pegar a chapeuzinho e não comer. Pensei em contar outra história, mas a única que me vinha à mente era João e Maria, que ficam presos sendo alimentados pela bruxa para depois serem comidos.

Sério, não sei se o problema são as histórias ou sou eu - provavelmente sou eu, afinal, ouvimos todas essas histórias quando éramos pequenos e estamos vivos - , mas daqui a pouco vou colocar meu filho para assistir jogos mortais, não vai ter muita diferença mesmo!

Comentários

Cristiana Moura disse…
Sim ficamos mais sensíveis e, acredito, as crianças também. Eis que querendo ou não, uma das coisas que nós, mães e pais fazemos, é traumatizar filhos. A sua forma de escrever as entrelinhas dos seis dias e possíveis pequenos traumas (achaté que não) é de uma sinceridade e delicadeza que me tocam!!! Abraço!

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