FACES DO AMOR [Debora Bottcher]
"Sabe qual é o meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia. (...) Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude." (Fernanda Young em “Aritmética”)
E então: valerá a pena viver uma vida inteira à espera de um amor impossível? De um amor que é lembrança e miragem no pensamento de alguém? Para quem seremos imagem distante, recordação nebulosa de uma época que ficou parada no tempo?
A história dá conta de muitos amores assim. De entregas que só a morte amenizou. De sentimentos que nenhuma distância desfez. De lágrimas que, dia após dia, cultuaram saudades insondáveis...
De repente, penso nas pessoas solitárias, aquelas em busca de um amor. É uma longa e árdua caminhada - encontrar um par não é tão fácil como se pode supor.
Eu costumo dizer que são os semelhantes que se atraem - ao contrário da regra de que os opostos é que se complementam. Depende... Há tantas variáveis nesse contexto, que só mesmo a convivência pode provar.
Entre o fel e o mel do dia-a-dia, conseguir que o amor sobreviva aos impasses, dores, frustrações e derrotas particulares, é uma vitória ímpar.
Mas fato é que hoje insistir pertence ao passado: o amor é emoção descartável, passível de troca ao primeiro impasse, ao mais leve dissabor, a mais suave ventania.
A intensidade é outra, outros também são os propósitos. O mundo moderno nos deu tanta impaciência, que não cabe mais em nossas vidas nenhum tipo de estagnação.
De toda forma, por mais que seja amargo e doloroso o desencanto das perdas e a frustração do amor sem retorno, a pergunta que me faço é se eram felizes nossos antepassados - com sua imensa profundidade -, ou o somos nós - com essa superficialidade latente...
E então: valerá a pena viver uma vida inteira à espera de um amor impossível? De um amor que é lembrança e miragem no pensamento de alguém? Para quem seremos imagem distante, recordação nebulosa de uma época que ficou parada no tempo?
A história dá conta de muitos amores assim. De entregas que só a morte amenizou. De sentimentos que nenhuma distância desfez. De lágrimas que, dia após dia, cultuaram saudades insondáveis...
De repente, penso nas pessoas solitárias, aquelas em busca de um amor. É uma longa e árdua caminhada - encontrar um par não é tão fácil como se pode supor.
Eu costumo dizer que são os semelhantes que se atraem - ao contrário da regra de que os opostos é que se complementam. Depende... Há tantas variáveis nesse contexto, que só mesmo a convivência pode provar.
Entre o fel e o mel do dia-a-dia, conseguir que o amor sobreviva aos impasses, dores, frustrações e derrotas particulares, é uma vitória ímpar.
Mas fato é que hoje insistir pertence ao passado: o amor é emoção descartável, passível de troca ao primeiro impasse, ao mais leve dissabor, a mais suave ventania.
A intensidade é outra, outros também são os propósitos. O mundo moderno nos deu tanta impaciência, que não cabe mais em nossas vidas nenhum tipo de estagnação.
De toda forma, por mais que seja amargo e doloroso o desencanto das perdas e a frustração do amor sem retorno, a pergunta que me faço é se eram felizes nossos antepassados - com sua imensa profundidade -, ou o somos nós - com essa superficialidade latente...
Comentários
Particularmente, gosto de pensar que, em algum momento da nossa vida, o amor sobreviva às urgências e impaciência.
Eu também gosto de pensar assim - embora o dia a dia ao lado de alguém, vez ou outra me grite o contrario. Mas como a gente ainda insiste, essa 'utopia' fica real. E o sonho permanece... :)
Super beijo, sempre.
Não sei onde estamos. Parecíamos tão pertos, há alguns quarteirões. Minha casa da sua. Mudaram as cores? Talvez por isso estejamos perdidos. Como era mesmo o seu muro? Ah! Não havia muros, eram grades como eram as minhas. Estranho, tenho a sensação de ter visto pedras ao redor do seu jardim, não tenho visto o verde tapete. Há flores ainda? Algumas paredes têm flores, podemos plantar nas nossas, o que você acha? Deixaria mais alegre apesar do concreto, sentiríamos um leve perfume lilás. É verdade, esqueci dos espinhos. Como machucam! Não, não vamos mais sangrar, deixaremos do jeito que está o muro cinza, e o espaço entre mim e você. Antes, o céu está azul?
Cada um tem sua forma de amar, e mesmo assim, o amor é único.
Não sei dizer,aliás é o que venho tentando entender.
Sou nova aqui neste mundo blogueiro,mas me encantei com seu texto.Assim como vc tento entender e explicar o que aos meus olhos parece não ter explicação.
Beijos carinhosos.
Que bom que voce retomou a escrita. que bom poder contar com sua visao nublada da vida, linda, melancolica, como a tarde de hoje, que tambem faz parte de todos os dias.
Acho um privilegio ser sua amiga e curtir seu olhar único sobre tudo. Sabe o que? a gente se ergue,naturalmente, vc ja pensou nisso?
Agora, contemplar a queda e falar do tombo é pra muito poucos..
Beijos,
Sandra