TEMA LIVRE >> Fernanda Pinho
E então, na semana passada, fui surpreendida por um convite para escrever neste blog que, já há algum tempo, reside na minha lista de favoritos. Eu mal havia terminado de ler o e-mail e o convite já estava aceito. O fato é que todos os convites para escrever - os que já recebi, os que recebo e os que ainda receberei - já estão aceitos por mim, mesmo antes de me serem direcionados. É como chocolate. Se eu recusar, podem mandar interditar que não estou em pleno domínio das minhas faculdades mentais.
Me informaram, então, a periodicidade da minha contribuição aqui no blog. Ok. Os mecanismos de postagem. Ok. O dia da semana no qual eu escreveria. Ok. E que as crônicas tinham tema livre. E aí já não foi tão "ok" assim. Tá, eu sempre soube que tema livre era regra por aqui. Mas, tá, eu nunca soube que eu seria chamada para participar dessa libertinagem toda.
Parece simples, mas não é! Ou vocês acham que é simples uma categoria que coloca a controversa escalação do Dunga, a Mariana (minha prima que nasceu semana passada), o final de Lost, o cachorro quente do Boquinha Lanches, o vulcão Eyjafjallajoekull e os irritantes comerciais de Dia dos Namorados tudo dentro do mesmo saco? Porque tema livre é isso. É tudo. E tudo é tanta coisa.
Sempre me assustei com o tudo e me desorientei com o livre. Sou libriana, veja bem. Já nasci em dúvida. Duas opções já são capazes de me tirar noites de sono. Imaginem todas as opções do mundo? Pode parecer um pouco de drama (E é mesmo. Estou chegando agora, então fica uma rápida apresentação, para quem não me conhece: prazer, meu nome é Fernanda, mas pode me chamar de Drama Queen). Mas é que, como diz uma música do Nando Reis, o mundo é muito mais água do que eu posso beber. Tema livre implica em liberdade e, sinceramente, liberdade, liberdade mesmo, no sentido mais cru da palavra, é algo que nem me apetece tanto assim. Calma - esse negócio da gente não se conhecer ainda requer muitas explicações! Não tenho fetiche por correntes e algemas, penso que o mundo é grande demais pra vivermos a vida toda no mesmo lugar e acho uma falha da evolução que não tenhamos asas. Acredito, no entanto, que estar preso é a coisa mais humana que existe. Todo mundo é preso a alguma coisa. A um trabalho, a um amor, à família, ao cachorro, à comida preferida, à casa, a uma convicção, a um sonho, a um desejo, a uma rotina, a uma crença, a um time de futebol, a um hábito, ao compromisso de ser livre e a toda e qualquer coisinha que nos faça se sentir parte desse espetáculo que é a vida. E é tão gostoso fazer parte disso que a gente nem precisa ser assim, tão livre.
Agora, por exemplo, estou presa à deliciosa missão de escrever neste blog. Quanto ao dilema do tema livre, minha faceta jornalista - acostumada a ser pautada - já criou toda uma estratégia. Na minha cabeça, já estabeleci muito do que quero e do que não quero contar (Nunca vou falar, por exemplo, do vulcão Eyjafjallajoekull, porque é chato ter que recorrer ao Google toda vez que tenho que escrever essa palavra).
E vocês, fiquem livres - mas nem tanto - para comentar!
Comentários
Bjuuu
Meninas, obrigada pelos comentários, pela amizade e pelo apoio de sempre.
Beijos!
Orgulho da Jujú, seus textos são sempre inspiradores, não importa o tema. E sei que vai arrasar em cada um deles, assim como nesse...
Muita "merda" (como dizemos no teatro!) nessa nova missão!
E desde já agradeço cada palavra, porque sei, elas vão me tocar como sempre!
Amo ocê!
Beijos
Sejamos livres. Sempre.
Beijos!
Elas são invisíveis, mas como diria a minha sobrinha de nove anos: não quer dizer que não exista.
Seja bem-vinda com todas as prisões que a fazem bem (eu entendo completamente... adoro a maioria das minhas) e com a liberdade a tiracolo.
beijos
Mas quando as explicações são dadas por você, o entendimento para mim sempre fica mais fácil...
Você é uma das minhas literaturas prediletas... Parabéns pelo novo desafio. Nem lhe desejo sorte, porque você tem mais que isso... Você dispõe de competência para fazer parte do mundo das palavras... Sou fã! Beijo.
Não podia, porém, deixar de passar por aqui, sabendo da sua estreia. Sabia, também, sempre soube, que o pessoal iria te amar.
Parabéns ao Eduardo também, sempre sábio nas escolhas.
É isso. Fernanda Pinho, escritoríssima. Rs...
beijos,
Felipe Peixoto
Bem, quando vc disse pra gente ficar livre - mas nem tanto - para comentar, confesso que fiquei com certo receio, mas vou arriscar.
Primeiramente, seja bem-vinda (ainda tem hífem? Essa regra nova me coloca doido).
Em segundo lugar, quero dizer que já tô adorando vc. Andei "butucando" o seu blog e gostei muito.
Tenho que dizer também que, apesar de vc não ter fetiches por algemas, te achei uma gatinha! Se eu não tivesse namorada e vc conseguisse manter relacionamentos por mais de meses eu iria te procurar. Hehe. Aliás, acho que eu iria te procurar de qualquer jeito, com excessão de eu ter namorada. Aff...
Enfim, Beijão. Adorei o texto!
Sam, não me complique com sua namorada...rs
Beijos!