DIGA XIS>>Analu Faria
Se você acha que seu sorriso não é tão colgate assim e quer colocar um aparelho, por favor, não faça isso. Vá trabalhar sua autoestima, vá fazer yoga, gaste seu dinheiro de outro jeito. Acredite em mm: a não ser que você tenha os dois dentes da frete bem no meio céu da boca, a ortodontia é muito mais feia que o seu sorriso.
Há um ano e meio resolvi desapinhar os dentes de baixo, porque, às vezes, dependendo do ângulo em que se olhava, eles davam as caras, ali meio fora do lugar. Não, o sorriso não era feio, o tal apinhamento, alegam alguns amigos, só era notado quando eu apontava: "tá vendo esses dentes tortos aqui aqui? Bom, mas se havia jeito, por que não? Saí do consultório com um aparelho daqueles tradicionais, com bráquetes e tudo, nos dentes de cima também. Além disso, concordei com um combo horrendo que, a dentista me garantiu, era absolutamente necessário: uma cirurgia de extração dentária no ano seguinte e o aviso de que eu teria de usar uma espécie de parafuso para puxar os dentes para o lugar certo. Era pior do que eu pensava.
E tem sido mesmo. Tem a dor, amigos. Apertar um aparelho significa viver a sensação de alguém está chacoalhando os ossos da sua mandíbula ao mesmo tempo que te esmaga a cabeça. Continuamente. Por dias. Tem também a palidez, porque depois da manutenção você não vai conseguir comer nada muito sólido ou muito nutritivo por um tempo. Tem ainda o fato de que, quando você finalmente consegue comer, metade do alimento vai ficar preso entre os metais que adornam a sua boca. Por fim, tem a cena ridícula de, aos 39 anos, você cumprimentar seu crush e parecer uma adolescente.
Enquanto escrevo estas linhas, os movimentos forçados pelo aparelho fazem com que os dentes, já alinhados, agora ocupem o espaço daquela extração dentária, esta já feita há alguns meses. Meu sorriso já mudou de forma, e sim, ela é mais bonita. Eu fico me perguntando, contudo, se tanta feiúra no processo é capaz de justificar essa nova harmonia bucal. A resposta sempre me soa como um anjo malvado martelando a mente: "Deveria ter feito yoga".
Há um ano e meio resolvi desapinhar os dentes de baixo, porque, às vezes, dependendo do ângulo em que se olhava, eles davam as caras, ali meio fora do lugar. Não, o sorriso não era feio, o tal apinhamento, alegam alguns amigos, só era notado quando eu apontava: "tá vendo esses dentes tortos aqui aqui? Bom, mas se havia jeito, por que não? Saí do consultório com um aparelho daqueles tradicionais, com bráquetes e tudo, nos dentes de cima também. Além disso, concordei com um combo horrendo que, a dentista me garantiu, era absolutamente necessário: uma cirurgia de extração dentária no ano seguinte e o aviso de que eu teria de usar uma espécie de parafuso para puxar os dentes para o lugar certo. Era pior do que eu pensava.
E tem sido mesmo. Tem a dor, amigos. Apertar um aparelho significa viver a sensação de alguém está chacoalhando os ossos da sua mandíbula ao mesmo tempo que te esmaga a cabeça. Continuamente. Por dias. Tem também a palidez, porque depois da manutenção você não vai conseguir comer nada muito sólido ou muito nutritivo por um tempo. Tem ainda o fato de que, quando você finalmente consegue comer, metade do alimento vai ficar preso entre os metais que adornam a sua boca. Por fim, tem a cena ridícula de, aos 39 anos, você cumprimentar seu crush e parecer uma adolescente.
Enquanto escrevo estas linhas, os movimentos forçados pelo aparelho fazem com que os dentes, já alinhados, agora ocupem o espaço daquela extração dentária, esta já feita há alguns meses. Meu sorriso já mudou de forma, e sim, ela é mais bonita. Eu fico me perguntando, contudo, se tanta feiúra no processo é capaz de justificar essa nova harmonia bucal. A resposta sempre me soa como um anjo malvado martelando a mente: "Deveria ter feito yoga".
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