PLACAS >> Albir José Inácio da Silva
Um apetitoso naco pode significar não um deleite ao paladar, mas a morte, se pensarmos em caça e pesca. Belas e escorreitas palavras podem ser armadilhas que escondem interesses e perigos só revelados quando já é tarde para qualquer defesa.
Se alguém de troça, má-fé ou santa ignorância, considerando possível tamanha ingenuidade, trocasse a placa da jaula do leão por uma onde se lesse gato, quem entraria aí com um pires de leite na mão?
Mas o que é óbvio quando falamos de feras e animais domésticos pode não ser tão simples se pensarmos em ideologia e manipulação. O nazismo não convenceu milhões de pessoas por seu conteúdo, execrável sob qualquer interpretação, mas por sua forma, por sua embalagem, sua retórica.
É obvio que o nome está contido na retórica. Por má-fé ou inocência, é comum encontrarmos afirmações de que Hitler era de esquerda porque o nome do partido era Nacional Socialista. Isso não é casca de banana acidentalmente caída na rua da história.
É placa que foi colocada, e tem sido frequentemente renovada por má-fé ou ignorância, para fazer acreditar que tal abominação tem qualquer coisa de socialista. É manipulação de quem nega conflitos de interesses e fica em cima do muro para melhor observar, engodar e oprimir os incautos. A placa no portão de Auschwitz dizia “o trabalho liberta” e recepcionava os humanos para quem a única liberdade costumava ser a câmara de gás.
Se considerarmos apenas os nomes de alguns partidos brasileiros, não faremos, nem de longe, ideia dos interesses e da alma que escondem. Referem-se a democracia, socialismo, cristianismo, ecologia e bondades que tais. Nada de fascismo, plutocracia, ditadura, desmatamento ou contaminação.
Placas trocadas que enfeitam de flores os pântanos destinados aos plebeus, deslumbrados e inocentes — úteis ou inúteis.
Se alguém de troça, má-fé ou santa ignorância, considerando possível tamanha ingenuidade, trocasse a placa da jaula do leão por uma onde se lesse gato, quem entraria aí com um pires de leite na mão?
Mas o que é óbvio quando falamos de feras e animais domésticos pode não ser tão simples se pensarmos em ideologia e manipulação. O nazismo não convenceu milhões de pessoas por seu conteúdo, execrável sob qualquer interpretação, mas por sua forma, por sua embalagem, sua retórica.
É obvio que o nome está contido na retórica. Por má-fé ou inocência, é comum encontrarmos afirmações de que Hitler era de esquerda porque o nome do partido era Nacional Socialista. Isso não é casca de banana acidentalmente caída na rua da história.
É placa que foi colocada, e tem sido frequentemente renovada por má-fé ou ignorância, para fazer acreditar que tal abominação tem qualquer coisa de socialista. É manipulação de quem nega conflitos de interesses e fica em cima do muro para melhor observar, engodar e oprimir os incautos. A placa no portão de Auschwitz dizia “o trabalho liberta” e recepcionava os humanos para quem a única liberdade costumava ser a câmara de gás.
Se considerarmos apenas os nomes de alguns partidos brasileiros, não faremos, nem de longe, ideia dos interesses e da alma que escondem. Referem-se a democracia, socialismo, cristianismo, ecologia e bondades que tais. Nada de fascismo, plutocracia, ditadura, desmatamento ou contaminação.
Placas trocadas que enfeitam de flores os pântanos destinados aos plebeus, deslumbrados e inocentes — úteis ou inúteis.
Comentários
Percebendo em algo tão simples, as placas, todas as implicações mais profundas.