DAS PONTES DE CADA UM [Debora Bottcher]
"Num universo de ambigüidade, esse tipo de certeza vem uma única vez, e nunca mais, não importa quantas vidas você atravesse." (Roberto Kincaid, As Ponte de Madison)
Foi outro dia que assisti, mais uma vez, As Pontes de Madison.
O livro, presente de uma amiga há alguns anos, como sempre, traz passagens que podem ser sentidas com mais intensidade, mas o filme é igualmente belo.
Meryl Streep e Clint Eastwood fazem um casal perfeito e a história é uma dessas que, nesse momento, vou simplificar e julgar debaixo de conceitos e valores menos emocionais. Sim, porque, no fundo, o filme versa também sobre traição.
Não tenho certeza se já o tinha olhado sob esse prisma: normalmente, o amor se sobrepõe aos sentimentos menores. Mas fato é que talvez por já tê-lo visto tantas vezes, lido trechos do romance outras tantas e me emocionado sempre, peguei-me olhando-o com mais praticidade.
O romance entre Francesca Johnson e Robert Kincaid durou apenas quatro dias. Aproximadamente, noventa e seis horas nos muitos anos que viveram separados - antes e depois desse encontro.
A decisão de Francesca congelou esse tempo em suas memórias e isso permaneceu intocável até o fim de seus dias, elevando ambos a uma perfeição que poderia não existir: sem passar pelo cotidiano, sem a rotina e seus entraves, eles não sofreram nenhum desgaste - só ausência e saudade. E para ela, um pouco de culpa.
A traição é uma das quebras mais sérias de confiança entre duas pessoas - passível de superação, sem dúvida, mas uma terrível ruptura.
Fiquei pensando: será melhor passar uma vida inteira sem saber sobre ela - como no caso de Richard Johnson, o marido de Francesca? O fato de se ter uma vida conjugal morna e sem grandes paixões pode redimir desse desvio? Explicá-lo? Quando tal ação pode ser abrandada: quando se ama a terceira pessoa e a entrega não foi apenas uma aventura? Pode o (des) amor justificar a traição?
O filme e o livro são recordes de bilheteria: o mundo todo - eu inclusive - se encantou com a moça de Iowa (de 45 anos) e o fotógrafo hippie (no alto dos seus 52) vivendo a experiência de beleza incomum de um amor que durou décadas enclausurado no silêncio das páginas de três diários. Enaltece-se a atitude de Francesca por permanecer junto ao marido e os filhos para preservá-los, abrindo mão do homem amado.
Mas eu fiquei pensando que talvez não tenha sido apenas isso: sendo uma história verídica, com realidades insondáveis mas não inventadas, talvez ela tenha tido medo; talvez o risco fosse grande demais, afinal; talvez ela tivesse dúvidas e preferisse a segurança de sua fazenda no meio do nada a angariar terras além das cercas onde nada mais era certeza.
O desconhecido pode nos paralisar. É sempre mais fácil continuar com o que conhecemos; arriscar um salto no escuro é só para os muito corajosos - às vezes, pode ser mais simples viver com o que poderia ter sido, o que não se viveu - porque isso nos protege de qualquer frustação. E o sonho, tal como em As Pontes de Madison, fica intacto da maneira como foi concebido.
Foi outro dia que assisti, mais uma vez, As Pontes de Madison.
O livro, presente de uma amiga há alguns anos, como sempre, traz passagens que podem ser sentidas com mais intensidade, mas o filme é igualmente belo.
Meryl Streep e Clint Eastwood fazem um casal perfeito e a história é uma dessas que, nesse momento, vou simplificar e julgar debaixo de conceitos e valores menos emocionais. Sim, porque, no fundo, o filme versa também sobre traição.
Não tenho certeza se já o tinha olhado sob esse prisma: normalmente, o amor se sobrepõe aos sentimentos menores. Mas fato é que talvez por já tê-lo visto tantas vezes, lido trechos do romance outras tantas e me emocionado sempre, peguei-me olhando-o com mais praticidade.
O romance entre Francesca Johnson e Robert Kincaid durou apenas quatro dias. Aproximadamente, noventa e seis horas nos muitos anos que viveram separados - antes e depois desse encontro.
A decisão de Francesca congelou esse tempo em suas memórias e isso permaneceu intocável até o fim de seus dias, elevando ambos a uma perfeição que poderia não existir: sem passar pelo cotidiano, sem a rotina e seus entraves, eles não sofreram nenhum desgaste - só ausência e saudade. E para ela, um pouco de culpa.
A traição é uma das quebras mais sérias de confiança entre duas pessoas - passível de superação, sem dúvida, mas uma terrível ruptura.
Fiquei pensando: será melhor passar uma vida inteira sem saber sobre ela - como no caso de Richard Johnson, o marido de Francesca? O fato de se ter uma vida conjugal morna e sem grandes paixões pode redimir desse desvio? Explicá-lo? Quando tal ação pode ser abrandada: quando se ama a terceira pessoa e a entrega não foi apenas uma aventura? Pode o (des) amor justificar a traição?
O filme e o livro são recordes de bilheteria: o mundo todo - eu inclusive - se encantou com a moça de Iowa (de 45 anos) e o fotógrafo hippie (no alto dos seus 52) vivendo a experiência de beleza incomum de um amor que durou décadas enclausurado no silêncio das páginas de três diários. Enaltece-se a atitude de Francesca por permanecer junto ao marido e os filhos para preservá-los, abrindo mão do homem amado.
Mas eu fiquei pensando que talvez não tenha sido apenas isso: sendo uma história verídica, com realidades insondáveis mas não inventadas, talvez ela tenha tido medo; talvez o risco fosse grande demais, afinal; talvez ela tivesse dúvidas e preferisse a segurança de sua fazenda no meio do nada a angariar terras além das cercas onde nada mais era certeza.
O desconhecido pode nos paralisar. É sempre mais fácil continuar com o que conhecemos; arriscar um salto no escuro é só para os muito corajosos - às vezes, pode ser mais simples viver com o que poderia ter sido, o que não se viveu - porque isso nos protege de qualquer frustação. E o sonho, tal como em As Pontes de Madison, fica intacto da maneira como foi concebido.
Comentários
Há onze anos, levando minha filha ao medico, assim q a porta abriu-se tocaram todos os sinos, fiquei primeiramente encantada pela beleza, posteriormente pela delicadeza, obviamente pela inteligência e um algo mais q ninguém sabe esxplicar, foi tudo mto velado, percebia o entusiasmo qndo me via adoravamos conversr, depois de 5 anos mudei de cidade, mas nunca perdi o contato, e sempre com respeito e mto carinho...ha um pouco mais de dois anos descobri q estava c uma grave doença, mais uma vez confidenciei e comecei a entrar em um jogo onde queria deixar claro q o desejava, assim chegamos a nos encontrar e concretizei o q tanto desejava, nossa quimica foi incrivel, mas por mais q nos desejamos temos nossas familias, jah dura masi de 1 ano, continuamos em contato, sem arrependimento ou culpa, sinto-me como sophia aguardando as cartas do seu filosofo, e que dure o qnto deve durar...mas n tenho duvida da minha paixao absoluta por esse homem encantador e enigmatico q surgiu em minha vida...