NOMES E SEUS DONOS >> Kika Coutinho

As pessoas não costumam acreditar nessa minha teoria, mas não tem jeito; a cada dia tenho mais certeza de que algo misterioso liga o jeito das pessoas aos seus nomes.

Todas as Sandras que conheço são fortes, ou parecem ser. Todas as Ritas que conheço são quietinhas e têm uma voz meio fina. Todas as Julianas que conheço são inteligentes, todas as Cláudias são falantes e bem articuladas, todas as Déboras são doces. Sempre que conheço alguém, ou que vão me apresentar a alguém, pergunto o nome e penso se vou me dar bem. Costumo me dar bem com as Lucianas e com as Andréias. Todas as Andréias são divertidas. Quando eu era criança, queria me chamar Luciana, mas, depois de grande, inventei que queria me chamar Luiza. Só que, se me chamasse Luiza, falaria baixo, só usaria sapatilhas e seria calma e sucinta como todas as Luizas são.

Se bem que as Luizas que conheço são crianças. Como as Júlias, se não têm 10 anos, parecem sempre que têm. São fofas, as meninas Júlias. Costumo ser muito amiga das Anas Carolinas. Olha, não é por nada, mas você não vê Ana Carolina que não seja divertida, boa gente, alto astral. Não vê mesmo. Também não vê Isabelas gritando e fazendo barraco. As Isabelas costumam ser calmas e delicadas. Agora, Renata? Cuidado com as Renatas, sabem armar um barraco e conseguem o que querem, como ninguém. Eu admiro as Renatas. Daria um bom adesivo, né? “Eu admiro as Renatas”. Mas também costumo gostar muito de Mariana, Adriana e Flávia. Já com Danielas, é bom ter um pé atrás, viu? Sabe que Daniela não me convence?

Tem os nomes masculinos que são igualmente espelho de seus personagens. Já reparei que Thiago com “H” costuma ser muito legal, mas sem “H”, hummm, é um traste! Ou seria o contrário?

Marcelos são legais, Gabriel é nome de gente super de confiança, mas, quando uma amiga me diz que conheceu um Alexandre, eu logo alerto que boa coisa não é. Fábios são bonzinhos, mas bonzinhos normalmente sofrem até. Eduardos também sofrem muito de amor. Vivem se apaixonando por mulheres erradas, cujos nomes nem vou falar. Rafael também é um nome ótimo, mas pode reparar que eles são sempre meio moles, meio indecisos, até meio zens. Deveriam ter uma Renata na vida, para dar uma animadinha.Mas bom mesmo é Bruno, viu? Se fizer par com Ana Carolina então, nem se fala. Se tiverem uma menina de nome Sofia, nossa!, esses são porretas, viu? Pode saber, minha lista não falha nunca, e é totalmente imparcial.

Comentários

Gostei muito! Também sou uma "cratiliana de carteirinha". As crianças, por nada, acham ue um nome não combina com tal pessoa, não é?
Escrito com leveza e cuidado. Parece que estamos ouvindo o narrador. Parabéns.Vou ler de novo.
Abraços, Gloria (www.gloriakirinus.com.br)
Anônimo disse…
hummm...eu sou exceção...será que é por causa da minha grafia?...rssss

klaudya
Ana, Ana, Ana... Ana Carolina... Não faz assim comigo, não. Suas crônicas estão parecendo montanha-russa: mexem tudo por dentro, reviram.

Sabe que pensei que era só minha essa teoria dos nomes? E sempre gosto de usar o exemplo de "Bárbara", que você acabou não incluindo na sua lista. Tem pai que reclama que a filha não é quietinha. Quando eu pergunto o nome, a menina se chama Bárbara. Como é que pode ser quietinha com um nome desses?

Você me fez gargalhar com a explicação sobre os Eduardos. Será que não estou sozinho no nome e no destino? Será que tem outros Eduardos feito eu por aí?

Sua crônica só cometeu um deslize. Não falou que tipo de temperamento têm as Sofias. Sua filha, e todas as xarás dela, bem que merecem saber.
Jujú disse…
Não sei não, mas tô achando que vc tem algo de Ana Carolina...hahah!

E eu tb adoro Bruno, sempre tive bons amigos com esse nome...

E que bom que vc acha as Julianas inteligente...UFA!rs

Adorei essa crônica, acho que todos nós temos certas simpatias por alguns nomes e repulsas por outros, mas isso tudo, é claro, sempre causados pelas "pessoas com os tais nomes"...Eu e meu marido andamos discutindo alguns nomes. Faz tempo que quero ter uma filha chamada Maria Luiza, acho lindo, e ainda posso chamá-la de Malu! Agora menino não sei, e deixei meu marido escolher...ele veio com Hugo, Heitor...Olha, nada pessoal, mas um tem nome de vômito, e o outro é tão antigo...Perguntei bem séria porque ele não ia gostar de nosso filho! hahaha

Ai menina, essa coisa ainda vai longe, afinal gosto é gosto, né?

Mas vamos combinar? SOFIA É LINDO DEMAIS, SÔ!rs

Beijos
Cristiane disse…
Ana, que crônica leve e divertida. Adorei.
SANDRA REGINA disse…
show de bola!! amei, e concordei, tanto q abri meu programa de radio hoje e li seu poste todinho... achei o maximo!!! valeu!!!!

apareça por la no nosso cantinho
Anônimo disse…
Amei!
E gosto muito de teorias pessoais....
Lerei sua crônica nesta 2ª feira para meus alunos!

Sds! Eliane
guiemcena@yahoo.com.br
Anônimo disse…
Ainda bem que me chamo Bruno, sou casado com uma Ana Carolina, e tenho uma filha chamada Sofia,rs....acho que tenho muita sorte :)

Bjs
Bagu
Anônimo disse…
Kika, li seu texto e logo lembrei desse aí de baixo, também MUITO bom. Ele foi escrito pela Fernanda Pinho, uma jornalista (e minha amiga). O blog de onde tirei é http://blogdaferdi.blogspot.com

Felipe Peixoto Braga Netto


Minhas cores primárias foram: branco, azul e vermelho. As cores referentes aos nomes das pessoas da minha casa. Pois é. Eu acho que os nomes tem cores e sei que é loucura compartilhada, pois minha melhor amiga, a Lili, também acha. Sendo assim, estabeleci: Léia, o nome da minha mãe, é azul. Luiz, o nome do meu pai, é vermelho. Paula e Fernanda, eu e irmã, nomes brancos. Pode até ser que haja alguma lógica inconsciente nisso tudo. Afinal, azul é a cor preferida da minha mãe. Vermelho é o apelido do meu pai. E é natural que duas irmãs tenham nomes da mesma cor. Mas não é simples assim. Eu não acho que Luiz seja vermelho porque meu pai tem o apelido de Vermelho. Só é a cor que vem à minha cabeça quando eu falo Luiz. Pensem bem, gente! Luiz, quer coisa mais vermelha que isso? Luiz Carlos ameniza um pouco. Porque Carlos é verde. Não um verde vivo tipo Sandra, nem escuro tipo Roberto. É um verde claro. Paula e Fernanda são brancos porque são nomes abertos. Com muitos "AS", vocês entendem o que eu quero dizer, né? Nomes com muitos "IS" porém, tendem a ser vermelhos. Tipo Liliane, o nome da minha melhor amiga, que é ruiva. Mas uma coisa não tem a ver com a outra, repito. Mesmo porque, conheci Liliane quando nem era tão ruiva assim. Nomes que tem "U" puxam para o escuro. Afinal, as cores escuras são mais fortes que as claras e predominam. Juliana, por exemplo. Tem "I" e tem "A". Mas tem "U". Então é azul marinho. Agora, Juliane é azul e laranja. Porque tem "E" no final. "E" tem algo de laranja. Kelly é um nome bem laranja. Felipe também, mas com uma tarja vermelha no meio (quase uma bandeira). "M" puxa para o amarelo. Maria, Mariana, Marina, Mayra. Tudo amarelo. Mas em tonalidades diferentes. Sendo Marina o do amarelo mais forte. Sabe aquele amarelo cor de manteiga? Então. Apesar de que Márcia, Míriam, Maysa são vermelhos. Vai entender. E Andréia, que nem começa com "M", é um amarelão bem cheguei. Os nomes diferentes também tem cores. Claro que tem! Não bastasse quase não ter xarás eu os deixaria também sem cores? Não mesmo. Ainda mais eu, tendo tantos amigos de nomes peculiares. Rumenigue é muito grande. É como aquelas países de proporções continentais, que tem vários climas. É preto, vermelho e laranja (aliás, nesse momento eu visto uma blusa muito Rumenigue). Loreyne é lilás. Calypso verde. Aleta rosa bebê. E por aí vai. Desde criança coloro os nomes e, por consequência, as pessoas que carregam esses nomes. É estranho, mas é bonito. E muito particular. A Lili, por exemplo, jura que Liliane é um nome branco. Vai entender.

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