QUAL É A PERGUNTA DE HOJE? >> Ana Raja
Venho recebendo mensagens sobre como pareço feliz. Elas trincam essa felicidade.
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Nossa! Como você anda aparecendo em eventos!
Sua escrita é linda, e, às vezes, parece a escrita de alguém apaixonado.
Você anda bem solta pra uma mulher casada, hein?
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Como diz a minha amiga, Soraya, não tenho paciência nem tempo para insinuações e falsos elogios. O que mais me intriga, e decepciona, é que são mensagens enviadas por outras mulheres.
Ter uma vida social é saudável, certo? Eu sou apaixonada, aliás, por muitos projetos e pessoas. Para mim, ser casada não significa deixar de existir.
Me sinto confortável em saber que a escrita é minha companheira e que posso escrever sobre o que desejar. É incrível ser capaz de me misturar às palavras, às histórias e aos personagens. Eles permitem que eu reconheça algumas sensações distantes de mim. Também empresto aos protagonistas da minha imaginação sensações, vivências, desafios, ternuras que ajudam a me construir. Assim, eu me sinto livre.
Eu sou livre, e nunca pensei que teria de sair em defesa da minha liberdade por conta da incapacidade de outros de entendê-la e vivê-la.
O meu trabalho está aí, para quem quiser conferir. Para saber de mim, na profundidade de quem sou, escolho os que amo e considero. A ironia é que, para essas pessoas, eu não preciso me explicar. O meu sorriso, as minhas ações, os meus abraços e beijos bastam.
Eu me interesso pela vida, pelos meus amigos, minha família e me dedico ativamente aos meus sonhos: os dizíveis e os indizíveis. Sou livre. E você? Porque eu desejo a todas as mulheres, independentemente da personalidade ou estado civil, o direito à liberdade. A garantia de respeito. Amor.
O meu caminho é esse.
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Imagem © Jill Wellington, por Pixabay
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