SILÊNCIO DAS COISAS >> Fred Fogaça
Sobretudo em silêncio, sentados à mesa cada um disposto dê um jeito. Compartilhamos essas reticências esperando que cada outro soubesse o que fazer delas.
Cada cacareco que ocupa canto sim, canto não, agora, perene sob a perspectiva liquida do tempo, se acotovela para estar.
Num triz se vê como tudo existe.
Estive me calando. Poupando minha atenção desses ruídos muitos do tempo: por coisa de dias, nada de entretenimentos passivos.
Não o bastante, ainda são imperceptíveis os instantes do fruir.
O que sempre me esqueço: das vezes em que estive tentando a meditação: o silêncio de consonância com as coisas – existindo tanto quanto você. Democraticamente.
Por boa causa largo as entrelinhas: a comunhão quase plena com as coisas desdobra o tempo. Muito a perceber, muito ainda a praticar.
Os êxitos são instantâneos – as vezes, o dia se arrasta.
Mas o que se discorre dessa liberdade das coisas, ainda que pouco, é o que se compensa do esforço.
Pela experiência.
Sobretudo em silêncio.
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