SURPRESA >> Paulo Meireles Barguil
Quase tudo relacionado à flora é novidade para mim, seja porque quase sempre morei em cidade grande, seja porque minha formação acadêmica é distante desse assunto.
Quando decidi abandonar um estilo de vida, eu sabia que queria plantar, além de fruteiras para atrair os pássaros, um ipê-rosa.
Acho o ipê-amarelo muito bonito, mas, além de ele ser comum no Ceará, essa cor é a da casa e a do muro.
A muda escolhida, após uma saga em vários fornecedores, veio morar comigo no final de outubro do ano passado e eu achava que iria demorar algumas translações para começar a florar.
No começo de agosto, as folhas dele começaram a cair, mas eu nem me animei, pois já tinha aprendido que isso acontece nessa época.
Na 6ª feira passada, eu havia pesquisado, mais uma vez, sobre a floração dos ipês – cada cor tem sua temporada, a qual varia dependendo da região e das condições climatológicas – e fui dormir conformado, falando para mim mesmo: "Próximo ano, acontecerá!".
E, então, uma semana depois da frustração de não conseguir registrar as bananinhas, tive a grande surpresa de avistar da janela do meu quarto, no começo da manhã, uma flor rosa balançando graciosamente, como se estivesse me chamando para contemplá-la.
Em segundos, desci os degraus da escada e, mirando-a, agradeci a oportunidade de presenciar mais um encanto da mãe natureza, sob o olhar sonolento da lua minguante.
Em breve, eu trocarei minhas folhas e, quem sabe, também florescerei e frutificarei...
[Eusébio – Ceará]
[Foto de minha autoria. 21 de setembro de 2019]
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