POEMA A QUATRO MÃOS >> Sandra Modesto
O livro aberto
Por perto há olhares
Sons sensatos
Notas procuram algum tom
Algo de Carlos derramado
Doces cafés
Talvez amargos...
Os dias com Clarice
Goles
Porres
Gulas.
Calmo amor espichado
Um verso escorregue pela mão
Mais um verso.
Apaga
Recomeça
Vai seguindo
Olhos arregalados
Medonhos e imprecisos caprichos
Sonetos contando sacanagem
Pira respira inspira e prossegue
Ele chega com flores. Ela só quer preguiça
Ele pede um canto
Ela prefere um conto
De repente um pensamento
Quem sabe amenizar a dor do tempo
Só um gesto ela já sabia
Sempre à luz do dia
Ao sair pra o trabalho
Carlos pega o controle remoto e sintoniza no canal de áudio
Só para Clarice ouvir:
“Todo o sentimento”
“O meu amor”
"Se eu soubesse"
"Dueto"
Por isso havia roçar de corpos
Mentiras interessantes
Libidos sinceras.
Laços
Feitiços
Toques carinhosos ali.
Gostava dela porque ela escrevia poemas
Gostava dele porque ele desenhou pra ela.
Comentários