MUDANÇAS E PANELAS >> Mariana Scherma



Foto: Pinterest

Mudar de cidade, de emprego e, consequentemente, de vida não é das tarefas mais simples. Vamos começar pelo fato de chegar em uma casa que não é sua, que você não decorou e não encheu com suas coisas. As panelas são totalmente desconhecidas, o fogão é estranho, a geladeira também, assim como o sofá.  Morar com móveis de outros dá a impressão de que a vida não é exatamente sua.

Mas também liberta de algumas coisas. A faxina que, antes era minuciosa, é feita de forma tranquila, sem muito exagero, porque nada é muito seu. Se estiver agradável, já está ótimo! Você está livre do apego com as antigas coisas, a questão é que isso deve ser lembrado constantemente. Cozinhar em panelas estranhas é uma aventura, assim como ter que usar marcas de ingredientes nunca antes vista.

Os hábitos é o que mais pegam. A rotina acaba entrando no eixo, mas alguns prazeres ficam meio adormecidos porque você está se adaptando. Escrever, por exemplo. Eu adorava escrever minhas bobagens (e sumi aqui do blog também) simplesmente porque o tempo não é tão meu, pelo menos enquanto eu não me adaptar 110%. Netflix ficou de lado, também. A gente precisa se esforçar pra achar tempo e pra voltar aos hábitos que faziam bem.

Ao mesmo tempo em que morro de saudade de coisas físicas, fiquei mais perto de quem eu amo. Namorar a distância não é legal. Fato. Morar em Minas Gerais me fez sentir novos sabores e mais amor. Também me fez ver que a vida inteira eu fui enganada pelo pão de queijo de São Paulo. Aqui eu descobri o que é o pão de queijo com mais queijo que polvilho e... UAU!

Também me tornou mãe de uma gatinha que merece um milhão de textos sobre suas peripécias. Mas por quanto estou vivendo as peripécias, depois a eu boto tudo no computador. Inclusive esse texto está sendo redigido com ela no colo. Foi uma mudança doida.

Mudar faz a gente dar novos significados a quase tudo e nos tira do automático. Ter nossas panelas próprias é bom, mas elas estão lá, enquanto eu estou vendo qual é que é a desse mundão. Por enquanto, tem gosto de pão de queijo (com queijo!) e maciez de pelo de filhote de gato. Ah, sim, e muito amor! Não tá ruim, não...

Comentários

Albir disse…
Que bom! Que Minas Gerais a receba com a mesma alegria com que você sente por estar aí.

Postagens mais visitadas