TEM QUE SER MULHER >> Clara Braga

Na final da copa feminina torci para a Holanda. Não por algum motivo específico, mas achei que seria mais legal se as Holandesas ganhassem.

Depois que o time dos EUA venceu, comentários dos narradores me fizeram ir atrás de algumas informações sobre a jogadora que abriu o placar desse jogo: Megan Rapinoe.

Realmente, sua carreira é de impressionar! Jogou quatro finais de copa, esteve como capitã nesse último jogo que consagrou seu time como tetracampeão, foi a melhor jogadora de toda a disputa, enfim, seu talento é inquestionável! Mas o que todos comentavam não era só sua habilidade em campo, mas seu posicionamento fora dele. 

Rapinoe está à frente de diversas causas, entre elas o pagamento igualitário entre jogadores e jogadoras de futebol. Ela diz que quando você é uma pessoa pública, que tem mais espaço e voz, deve usar isso à favor das causas merecedoras, mesmo que para isso você tenha que “tretar” com o presidente do seu país que teve a delicadeza de usar suas redes sociais para dar recados como: cala a boca e joga.

Quando contei esses casos para meu marido ele me surpreendeu com um comentário que nem eu tinha pensado: é, não adianta, tem coisa que você tem que ser mulher para ter coragem de fazer.

Claro que o histórico por trás disso não é agradável, se as mulheres estão sempre em constante luta e conflito para garantirem seus direitos é porque até hoje tem quem insista que tais direitos não são necessários. Mas me digam, em uma sociedade onde é comum ouvirmos a frase “vira homem” ou "aí sim é macho" direcionadas inclusive para mulheres, não aquece o coração de vocês ouvir um homem dizer que é preciso ser mulher para ter coragem de lutar pelos seus direitos?

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