MESA DE BAR, SEXO DE AVIÃO... >> Sergio Geia

Estava no Fritz com o pessoal, quando o Pérsio veio com essa — uma notícia lida por ele recentemente no portal R7: num voo de uma companhia aérea norueguesa que ia de Paris, na França, para Estocolmo, na Suécia, um comissário de bordo anunciou em alto e bom som que um casal foi pego transando no banheiro, quando o avião pousou na Suécia. Havia o relato de um passageiro para o Daily News, de que o anúncio fora feito com o comissário dizendo o seguinte: “Nós gostaríamos de desejar boa sorte para uma reprodução feliz ao casal que se aventurou no banheiro mais cedo”. Alguns passageiros deram vivas, outros tentaram descobrir quem era o casal. “No fim das contas, a identidade do casal não foi relevada”, finalizou o Pérsio.

Amanda deu início aos trabalhos: “Fico imaginando os reacionários de plantão que tiveram que engolir seus moralismos idiotas, capitulados pela maioria que tratou a coisa como deve ser tratada. Leveza no concreto de chatices ainda existe, meus queridos!”.

Silvio, também um cronista, e dos bons, entrou na discussão: “Esse pessoal não consegue reprimir o desejo e parte pra guerra em qualquer lugar. Não entendo isso. Tá cheio de gente assim, que resolve a pendenga no elevador, no banco do carro, debaixo de uma pitangueira, nas águas do mar. Um Kilimanjaro explodindo no centro do mundo, a necessidade visceral de explodir, de pôr pra fora, literalmente, ah, ah, ah, ou pra dentro, dependendo do ponto de vista, ainda que seja nas escadarias do coro de uma igreja qualquer, ah, ah, ah!”.

Gabi, então na dela, entrou na roda: “Não deixa de ser revigorante, embora pra mim isso pareça muito mais uma infantilidade. Já imaginou o desconforto da água gelada batendo na hora H? E a areia, então, machucando a pele? E os mosquitos locais comendo o seu couro na ilha deserta na mesma proporção em que você é comida? Já pensou fazer amor em cima da mesa dura? Do capô do carro? Do alto da cobertura? No meio do jardim? Pra mim isso é tudo besteira. Prefiro algo mais confortável: a boa e velha cama”.

Marcão, até então num suspeito silêncio, uma vez que é o mais falastrão da turma, veio com essa: “Tinha uma comissária de bordo que realizava a fantasia sexual de quem topasse pagar. Cobrava cerca de oito mil para fazer sexo com passageiros no banheiro do avião. Mas ela foi descoberta e dizem que perdeu o emprego”.

Me interessei: “Peraí, Marcão! Onde foi isso? Você conheceu? Pegou a comissária?”

“Não, imagina, quem sou eu”.

“Me engana que eu gosto!”, a Gabi ralhou.

“Eu li isso no Diário Gaúcho! Não foi aqui. Acho que foi entre o Golfo Pérsico e os Estados Unidos. Trinta horas de viagem. Mas confesso que fiquei com vontade de conhecer essa mimosa”.

“Mas você viajou praquele lado, não?”

Marcão ficou vermelho, e de seus olhos brotaram gotas de felicidade. Disfarçou:

“Viajei sim, mas nada a ver, Gabi! Nada a ver!”, disse, olhando pra Jéssica, a mocinha que atende nossa mesa, com ares de paixão.

Comentários

Zoraya disse…
Delícia, Sergio!

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