CAUSA DA CEGUEIRA: ROTINA >> Clara Braga
Acredito que todo mundo conhece o tal do twitter, certo? Nem todo mundo tem e nem todo mundo que tem usa — ou sabe usar — mas todo mundo conhece.
Resumindo de uma forma rápida, o twitter é aquela rede social onde você publica minitextos com no máximo 140 caracteres falando o que você quiser e todos os seus seguidores (palavra forte essa) recebem em tempo real. Impressionante!
140 caracteres, a princípio, parece pouco, mas se encaixa perfeitamente nesse estilo de vida corrido que a maioria tem. Quem tem algo a dizer diz de forma rápida, fazendo com que mais pessoas tenham tempo de ler. E por mais que pareça uma grande novidade, lendo uma matéria em uma revista percebi que o twitter em muito se assemelha à escrita telegráfica e aos anúncios dos classificados, já percebeu?
Essa matéria da revista não era exatamente sobre twitter, mas sobre outra linguagem que é ao mesmo tempo diferente e semelhante à linguagem, de certa forma urgente, que o twitter tem, e que está ganhando certo status entre os norte americanos, que é a linguagem dos moradores de rua.
Falando assim parece estranho, mas é muito interessante. Um artista plástico chamado Billy Kaufman lançou um livro que mostra 94 cartazes com pedidos de ajuda escritos por sem-teto, que ele vem colecionando ao longo de 30 anos. É criativo e ao mesmo tempo coloca as pessoas em uma situação um tanto contraditória, já que as fotos que ilustram o livro, feitas pelos fotógrafos Amy Touchette e Benjy Russel, que por alguns dias acompanharam de perto alguns moradores de rua, são ao mesmo tempo belas e chocantes, já que não deixam de ter um traço de denúncia social.
Esses moradores de rua, os quais o artista chama de “povo invisível”, acham sua forma de se comunicar, e não dá para não comparar as mensagens rápidas e urgentes como “isso pode acontecer a qualquer um” ou outra muito interessante, que acabou dando título ao livro, “por que você está surpreso de ainda me encontrar aqui?”, às mensagens postadas nos twitters, mas vale a ressalva do artista: “A diferença é que essas pessoas não têm amigos, sejam eles virtuais ou reais. E, sem dúvida, ninguém as segue.”
Realmente nos faz pensar. E apesar do livro ter um foco específico nos norte-americanos, essa cultura é mundial. Passamos por moradores de rua todos os dias, o que faz com que eles façam parte da nossa rotina, e então nos tornamos cegos em relação a eles. É preciso vir alguém para dar “status” a eles, seja em um livro ou em uma galeria, para que a gente volte a enxergá-los.
Resumindo de uma forma rápida, o twitter é aquela rede social onde você publica minitextos com no máximo 140 caracteres falando o que você quiser e todos os seus seguidores (palavra forte essa) recebem em tempo real. Impressionante!
140 caracteres, a princípio, parece pouco, mas se encaixa perfeitamente nesse estilo de vida corrido que a maioria tem. Quem tem algo a dizer diz de forma rápida, fazendo com que mais pessoas tenham tempo de ler. E por mais que pareça uma grande novidade, lendo uma matéria em uma revista percebi que o twitter em muito se assemelha à escrita telegráfica e aos anúncios dos classificados, já percebeu?
Essa matéria da revista não era exatamente sobre twitter, mas sobre outra linguagem que é ao mesmo tempo diferente e semelhante à linguagem, de certa forma urgente, que o twitter tem, e que está ganhando certo status entre os norte americanos, que é a linguagem dos moradores de rua.
Falando assim parece estranho, mas é muito interessante. Um artista plástico chamado Billy Kaufman lançou um livro que mostra 94 cartazes com pedidos de ajuda escritos por sem-teto, que ele vem colecionando ao longo de 30 anos. É criativo e ao mesmo tempo coloca as pessoas em uma situação um tanto contraditória, já que as fotos que ilustram o livro, feitas pelos fotógrafos Amy Touchette e Benjy Russel, que por alguns dias acompanharam de perto alguns moradores de rua, são ao mesmo tempo belas e chocantes, já que não deixam de ter um traço de denúncia social.
Esses moradores de rua, os quais o artista chama de “povo invisível”, acham sua forma de se comunicar, e não dá para não comparar as mensagens rápidas e urgentes como “isso pode acontecer a qualquer um” ou outra muito interessante, que acabou dando título ao livro, “por que você está surpreso de ainda me encontrar aqui?”, às mensagens postadas nos twitters, mas vale a ressalva do artista: “A diferença é que essas pessoas não têm amigos, sejam eles virtuais ou reais. E, sem dúvida, ninguém as segue.”
Realmente nos faz pensar. E apesar do livro ter um foco específico nos norte-americanos, essa cultura é mundial. Passamos por moradores de rua todos os dias, o que faz com que eles façam parte da nossa rotina, e então nos tornamos cegos em relação a eles. É preciso vir alguém para dar “status” a eles, seja em um livro ou em uma galeria, para que a gente volte a enxergá-los.
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