AMIGO DISTANTE >> Albir José da Silva
Há uns amigos com quem estamos sempre quites. Ou, quando estamos devendo, é por pouco tempo. Logo pagamos uma visita, um telefonema, um presente de aniversário. Caminhamos em paralelo, nunca nos afastamos ou nos chocamos com eles. Para esses, ligamos no Dia do Amigo ou pedimos desculpas depois por não ter ligado. Com eles vamos às festas, aos bares, ao trabalho, à escola, ficamos tristes ou alegres conforme eles estejam.
Outros deixaram de ser amigos. Chocaram-se conosco. Desses dizemos que não eram realmente amigos, porque amigos não fazem isso. Que não mereciam nossa amizade. Que gastamos tempo e afeto com eles. Que não souberam honrar a amizade. A esses não procuramos e evitamos encontrar. Chegamos a prevenir outros amigos: -- cuidado com ele. Como somos boas pessoas, não lhes queremos mal, mas não nos interessam mais. Não há o que contabilizar da amizade, a não ser algumas mágoas. Viramos a página e estamos em paz.
Mas há um terceiro tipo de amigo, com quem nunca nos chocamos, que também não caminha conosco. Não houve qualquer conflito, mas os passos se distanciaram por imposição do terreno e até hoje não entendemos direito o que aconteceu. Quando vimos que estávamos nos afastando, ainda acenamos como se já fôssemos nos encontrar, retomar as paralelas e continuar a vida. Fomos ficando distantes mesmo com planos de reaproximação. Não sentíamos tanto a ausência porque voltaríamos a andar lado a lado como sempre.
Os dias viraram meses e os meses, anos. A distância e o tempo foram aumentando e a vida nos empurrando por caminhos divergentes. Começou a ficar incômodo pensar naquele amigo. Uma culpa por não ter vencido as distâncias e os silêncios e resgatado a amizade que com certeza permanece intacta. Amizade de irmão eleito, que dividia o lanche e a casa; que emprestava a roupa e os pais. Amizade de saber que teria se o outro tivesse, ou que a falta não doeria tanto porque seria compartilhada. A vida separou. Ficou a nostalgia que insufla ternura no peito em que ficou um espaço. Espaço que tem dono. Volte ou não volte o amigo, o lugar está lá.
É pra você, amigo distante, o meu abraço de hoje. Saiba que você está comigo, esteja onde estiver.
Outros deixaram de ser amigos. Chocaram-se conosco. Desses dizemos que não eram realmente amigos, porque amigos não fazem isso. Que não mereciam nossa amizade. Que gastamos tempo e afeto com eles. Que não souberam honrar a amizade. A esses não procuramos e evitamos encontrar. Chegamos a prevenir outros amigos: -- cuidado com ele. Como somos boas pessoas, não lhes queremos mal, mas não nos interessam mais. Não há o que contabilizar da amizade, a não ser algumas mágoas. Viramos a página e estamos em paz.
Mas há um terceiro tipo de amigo, com quem nunca nos chocamos, que também não caminha conosco. Não houve qualquer conflito, mas os passos se distanciaram por imposição do terreno e até hoje não entendemos direito o que aconteceu. Quando vimos que estávamos nos afastando, ainda acenamos como se já fôssemos nos encontrar, retomar as paralelas e continuar a vida. Fomos ficando distantes mesmo com planos de reaproximação. Não sentíamos tanto a ausência porque voltaríamos a andar lado a lado como sempre.
Os dias viraram meses e os meses, anos. A distância e o tempo foram aumentando e a vida nos empurrando por caminhos divergentes. Começou a ficar incômodo pensar naquele amigo. Uma culpa por não ter vencido as distâncias e os silêncios e resgatado a amizade que com certeza permanece intacta. Amizade de irmão eleito, que dividia o lanche e a casa; que emprestava a roupa e os pais. Amizade de saber que teria se o outro tivesse, ou que a falta não doeria tanto porque seria compartilhada. A vida separou. Ficou a nostalgia que insufla ternura no peito em que ficou um espaço. Espaço que tem dono. Volte ou não volte o amigo, o lugar está lá.
É pra você, amigo distante, o meu abraço de hoje. Saiba que você está comigo, esteja onde estiver.
Comentários
Que maneira linda de homenagear o dia do amigo. Adorei o seu texto: simples, direto e honesto. Não faltou dizer mais nada. Perfeito! Gostei, gostei muito. Parabéns!
Vou encaminhar para alguns amigos distantes : )
Bjs!
Muitos amigos pra você!
Acho, Edu, que a amizade ama e o amor é amigo. Talvez tenham inveja um do outro.
Carla,
tomara que eles se aproximem.
Um abraço