DESAFINADA NA FICÇÃO C. >> Carla Dias >>
Ontem assisti ao filme “O dia em que a terra parou” (The Day The Earth Stood Still), lançado em 2008 com roteiro de David Scarpa inspirado no roteiro de Edmund H. North para a versão cinematográfica lançada em 1951. Edmund H. North se inspirou no conto “Farewell to the Master” do escritor de ficção científica, Harry Bates.

Mas isso não é nenhuma novidade, não é mesmo?
Na realidade, o filme em si me deixou querendo respostas para as perguntas do extraterrestre. Se eu fosse cineasta, me arriscaria a um segundo remake, mas dessa vez construindo a história de forma que as perguntas fossem respondidas, ainda que as respostas não fossem as corretas.
Não gostei do tal robô-extraterrestre. Apesar de saber ser ele importante para a trama e que, certamente, o foi na versão de 1951 e o mesmo serve ao conto, na minha visão a credibilidade do tema se perdeu. Não houve como não me lembrar da época em que assistia Spectreman na televisão. De tão tosco, o seriado era bacana. Mas em um filme que discorre sobre a seriedade de forma densa e tensa, fica difícil não soltar um belo “o que diabo esse treco está fazendo aí?”, quando o robô-extraterrestre aparece. Acredito que a criatividade poderia ter construído uma boa metáfora para o gigante em questão.
Não é uma crítica ao filme, até porque quero assisti-lo novamente, depois de assistir o anterior e ler o conto. Na verdade, é apenas uma visão embaçada de uma pessoa que nunca foi além na ficção científica e que foi - e continua sendo - fã da série Arquivo-X. Esses lugares desconhecidos, os seres que não somos nós que já nos estranhamos... O surreal misturado com o real e palpável pode dar crias fantásticas.
“Inimigo Meu” (Enemy Mine/1985) é uma prova de que a ficção científica pode ser poética. Este é dos filmes mais queridos, que me encantou profundamente e de tal forma, que sempre volto a pensar sobre ele, apesar dos mais de vinte anos que me separam da primeira vez que o assisti. Para mim, este filme trata com respeito o fato de que somos capazes de compreender o diferente quando estamos abertos a isso, até para que seja possível que se faça o mesmo por nós. E que é preciso saber o motivo de nos tornarmos inimigos de uma ideia, pessoa ou até mesmo de um país, assim como é preciso aceitar que nem sempre há um motivo para a oposição, portanto, para que semeá-la gratuitamente?
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http://www.youtube.com/watch?v=KgRPpoqFR4w