A TARDE >> Sergio Geia
Leio João Anzanello Carrascoza.
Em suas narrativas há camadas, densidade, lirismo. Observa coisas miúdas do humano e traduz de forma sublime e colorida. De repente alguém falou Leia Carrascoza, você vai gostar. Estou aqui, banhando-me nas páginas de “Aquela água toda”.
São delicadezas o que ele escreve. O texto é tão refinado, mas tão refinado, que parece simples. Não se enganem. Por trás dessa aparente simplicidade há sofisticação. A iniciação de dois jovens nas coisas do coração, o sábado suave da família, o fim de semana especial que o pai proporciona aos seus, a mudança para a casa nova, a tia que resolve tudo manejando as palavras, o menino bom de basquete que arremessa contra o destino. Leio, e sinto uma coisa suave que me faz bem.
Vou à varanda. Na memória as histórias de Carrascoza. Foi quando a vi. Na verdade, ela estava lá o tempo todo. Agora se esvai com tons de dourado, lilás e azul.
Na verdade não há o que dizer; apenas olhar, olhar como quem reza, e depois, antes que a noite desça de uma vez, partir. (Rubem Braga)
Ah, queridos, somente uma taça de vinho diante de tamanhas belezas.
Tim-tim?
Tim-tim?
Comentários
Grato, Luiz, pelo comentário. "Aquela água toda" é uma obra que vale a pena ser lida. São boas combinações, né? Autores, contos, poesia, fim de tarde, vinho; ou uma cachacinha rsrs