OLHA O JORNAL! >> Carla Dias >>



A primeira vez que um texto meu foi publicado em um caderno cultural de jornal foi em 1994. Eu fiquei feliz, meu namorado nem tanto, que ao ler o conto, mesmo sem eu ter inserido no tal seu nome e endereço, reconheceu-se nele de imediato.

Foi assim que eu descobri que nem todos gostam de servir de inspiração.

A segunda vez foi um tanto mais emocionante, e nem teve de prefaciar fim de namoro. Foi em 1999, dois anos depois de meu primeiro livro ser publicado. Zanoto foi muito gentil com o meu Azul, chegando a publicar meus poemas na sua coluna do Correio do Sul, a Diversos Caminhos. Ele não só publicava os meus poemas, como me mandava o jornal, direto do Sul de Minas, e sempre com alguma anotação. Mas um deles me deixou pra lá de feliz. Não somente pelas palavras, mas novamente pela gentileza de Zanoto.




Então, a internet ganhou espaço de vez. Um imenso espaço.

Não, eu não sou contra a internet. Na verdade, eu adoro a internet. Acredito que, quando usada com sabedoria, ela pode nos fornecer ferramentas para adquirir conhecimento, conectar-nos a interesses e pessoas interessantes... Ok, ok... Também serve para ficarmos por dentro não apenas da obra, mas também da vida daquela figura — bem pública — que adoramos.

Mas folhear jornal também é bacana.

Então, aconteceu novamente. Quando vi um escrito meu publicado em jornal impresso, já não se tratava mais de caderno cultural. Tratava-se de um “impresso mensal de literatura”. A oportunidade apareceu por conta de um texto que publiquei aqui mesmo, no Crônica do Dia. Em 2011, o 48 foi incluído na edição de janeiro do RelevO, jornal literário do Paraná.




Foi assim que comecei a me relacionar com o RelevO. Veja bem... Quando aprecio profundamente algo, eu definitivamente me relaciono com ele. Quem acompanha minhas crônicas por aqui sabe disso. Seja filme, livro, disco, fotografia, pessoa, decisão, projeto, independente do tema, se me pega de jeito, compartilho o gosto com vocês. Depois, vocês decidem se também gostam ou não.

No começo deste ano, Whisner Fraga — amigo querido e escritor que admiro profundamente — indicou-me para substituí-lo como Ombudsman do RelevO. Não vou explicar com detalhes como me senti, que isso vocês podem conferir na edição de março do jornal, clicando aqui. Mas posso garantir que foi o início do estreitamento da minha relação com o impresso.

A edição de julho do RelevO já está disponível [clique aqui para conferir]. A de agosto será a última com a minha participação como Ombudsman. Na verdade, não sei se cumpro corretamente esse papel, mas garanto que estou fascinada pela quantidade de gente boa fazendo literatura, e acabo escrevendo sobre isso. Sobre autores que eu não conhecia e tive o prazer de conhecer, porque descobri de vez o RelevO.

Antes que minha última colaboração com o jornal seja publicada, aqui estou para, mais uma vez, apresentar a vocês um dos meus afetos. Vocês podem ler o RelevO na versão digital, mas ele é o que é: um impresso mensal de literatura. E por mais bacana que seja a internet oferecer a oportunidade da democratização da cultura, ao menos para mim nada se compara a isso:




O editor, Daniel Zanella, e todos os envolvidos na feitura do jornal colaboram para que o RelevO seja uma deleitável experiência, um palco para autores e toda diversidade que faz parte do pacote. A literatura publicada no RelevO vem sempre acompanhada de ilustrações e fotografias de artistas tão interessantes quanto os autores. Em breve, a Antologia Relevo 5 Anos ganhará o mundo, com textos escolhidos entre os já publicados e exemplares confeccionados de forma artesanal.

Assim como muitos projetos por aí, o RelevO também precisa de um bom abraço. Sei que ele está lá, qualquer um pode acessar e apreciar seu conteúdo, mas se trata de um trabalho árduo — clique aqui e acompanhe as publicações na página do jornal no Facebook para entender melhor sobre —, e feito com o maior carinho.

Sendo assim, a de hoje é crônica-convite. Eu convido quem não conhece o RelevO a conhecê-lo. Depois de conhecê-lo, caso se sinta encantado por ele, como eu me senti, eu o convido a colaborar para que ele continue esse espaço importante para todos os que apreciam e fazem literatura. Assine o jornal para receber o impresso e ter o prazer de poder folheá-lo. Justamente por não ter fins lucrativos, a assinatura anual não irá desestabilizar a sua economia pessoal. A cada edição, os leitores têm acesso à prestação de contas.

Tomei a liberdade de escancarar sobre meu apreço pelo RelevO por ser o Crônica do Dia um desses espaços importantes para a literatura. Ele que conta com a minha profunda benquerença, que é um projeto que venho abraçando há tantos anos, com o qual colaboro com o maior carinho.

Não é assim que funciona? Eu sou de abraçar os projetos pelos quais me afeiçoo ao reconhecer a importância da existência deles.

Jornal RelevO
Assinatura: jornalrelevo@gmail.com
Edições online: issuu.com/jornalrelevo
Facebook: facebook.com/jornal.relevo
Twitter: twitter.com/jornalrelevo

carladias.com

Comentários

Zoraya disse…
Carla, que bela e comovente homenagem! Vou lá e depois te digo! Beijos
Albir disse…
Carla, uma coisa eu aprendi: quando você diz que é bom, urge acreditar. Só depois eu vou conferir.
Bem legal, Carla.
Grato por compartilhar seus gostos.
Carla Dias disse…
Zoraya... Diga que quero saber ;)

Albir... Emocionada com a confiança no afeto adquirido...

Eduardo... Eu que agradeço por você tornar o Crônica do Dia um deles.

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