SOBRE NOITES DE INSÔNIA E CANAIS DE TV POR ASSINATURA
>> Sílvia Tibo

Depois de anos sobrevivendo apenas com os canais abertos, finalmente resolvi contratar um pacote de TV por assinatura. Dentre os muitos planos que me foram oferecidos, fiquei com o intermediário, certa de que jamais conseguiria assistirpor cinco minutos que fossem, pelos próximos cinco anos, a cada um dos quinhentos e tantos canais disponíveis nos planos mais “avançados”.

Afinal, passar horas em frente à televisão nunca foi um dos meus passatempos prediletos. Há sempre um ou outro programa que me agrada e que eu procuro acompanhar. No mais, dou uma fisgada diária nos telejornais pra saber o que anda acontecendo no mundo e nada mais.
Por isso, sempre achei que os tais canais fechados não fossem ter grande utilidade pra mim, que vinha sobrevivendo bem sem todas aquelas opções de sériesjogos de futebol, programas de entrevistas e documentários que existem por aí. Quanto aos filmes, embora eles estivessem entre os meus programas favoritos, sempre preferi a tela grande do cinema à TV de casa. Até porque eu jamais consegui preparar no forno de microondas pipocas tão cheirosas, saborosas e suculentas quanto aquelas que são vendidas nos stands dos shoppings, com aquele copo enorme de refrigerante de máquina cujo sabor também não se encontra nas latinhas ou garrafas plásticas que guardamos nas nossas geladeiras.
Mas o fato é que, há alguns meses, estava em busca de um novo plano de internet e, enquanto pesquisava algumas opções, me deparei com um combo irresistível, desses que incluem telefone fixo com não sei quantos minutos de ligações de graça e acesso a uma infinidade de canais de televisão, por um preço bem razoável.

Decidi, então, fazer a assinatura, movida muito mais pela promessa (e pela necessidade) de ter internet rápida, ilimitada e sem falhas de sinal, a qualquer hora do dia, do que propriamente pelas dezenas de canais que estariam à minha disposição a partir de então."Esses canais eu nem vou usar", pensei. "Mas tudo bem, faz parte do pacote", complementei.

Superando as minhas expectativas, em poucos dias, os novos canais demonstraram ser de grande serventia. Afinal, conseguiram pôr fim a um problema que vinha me perturbando e sugando minhas energias há uns bons meses: as noites mal dormidas!
Acreditem, houve um tempo (do qual, aliás, tenho grande saudade) em que eu tinha tanto sono que era capaz de apagar até falando ao telefone, por mais interessante que fosse o papo ou a pessoa que estivesse do outro lado da linha. Mas de uma hora pra outra, por razões que ainda desconheço, passei a contar com a presença assídua e maçante de uma tenebrosa insônia. 

Foram muitas as tentativas de expulsar das minhas noites essa companheira inconveniente e metida a besta. Por diversas vezes, lutei para mostrar que era mais forte e esperta do que ela: lá pelas onze, tratava de apagar as luzes, preparar o cobertor, fechar a porta e as janelas do quarto e correr para a cama, na tentativa de marcar o território e mostrar quem mandava ali, antes que a danada da insônia resolvesse dar o ar da graça. Mas, por mais que eu me apressasse, ela se antecipava e ali permanecia, dentro do meu quarto, esparramada na minha cama, sem a menor cerimônia, firme no propósito de me manter acordada (e acabada no dia seguinte), o que vinha conseguindo com êxito, noite após noite.
Contratada a TV por assinatura,  meus problemas acabaram. Em pouco tempo, descobri que basta passear pelos muitos canais disponíveis durante alguns minutos da madrugada para que o sono volte a ocupar o posto de onde jamais deveria ter saído. 

Os especialistas no assunto que me perdoem, mas não há inquietude e ansiedade que resistam ao movimento constante das legendas miúdas surgindo na tela da televisão. Sei que a minha teoria não tem qualquer fundamento científico, mas o fato é que as tais letrinhas têm sido antídoto certo e eficaz no combate às minhas noites em claro, colocando no chinelo qualquer floral à base de camomila, dose de calmante ou sessão de acupuntura.

Comentários

Sílvia, sugere ao pessoal da operadora acrescentar na propaganda: "O fim da sua insônia ou seu dinheiro de volta".
Unknown disse…
Hahaha! É uma boa mesmo, Eduardo!
Grande abraço! :)
Leonardo disse…
Oi, querida! Sei bem o que é isso. Ela vai e volta. Esteja aberta a novos "truques", como esse da TV e conte sempre para nós!
Abs,
Léo
Unknown disse…
Ei, filhote!
Sei que a insônia é sua velha companheira...rsrs.
Vamos trocando figurinhas, né?
Beijinhos!!! :)
Zoraya disse…
Puxa, até que enfim alguém encontrou uma utilidade para a TV por assinatura. Silvia, adorei essa crônica. Agora, me diz, nem yoga deu jeito nessa senhora insônia nao? Beijos
albir disse…
Que bom que funcionou pra você, Silvia. Conheço gente que perde o sono com esse tipo de serviço, que não funciona: televisão, telefone, internet etc.
Unknown disse…
Zo,
A última vez em que tentei fazer uma aula de yoga, saí no meio do negócio, desesperada, agoniada com tanta tranquilidade!!!!
Coisas de geminiana, nem Freud explica...rsrs.
:)
Unknown disse…
Haha!
Albir, é verdade!
Há casos em que o serviço pode surtir o efeito contrário, né? E já aconteceu comigo também, por diversas vezes...rsrs.
Mas quando o negócio resolve funcionar direitinho, desbanca qualquer rivotril da vida...rsrs.
Grande abraço!

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