COMO ESCOLHER UM FILME? >> Clara Braga

Uma coisa que acho fascinante a respeito do cinema é sua diversidade. Você pode assistir filmes de drama, de comédia, de ação e, muito além disso, filmes de cunho educativo ou então apenas para puro entretenimento, que é o caso do filme TED, que causou grande polêmica depois que o deputado levou seu filho de 11 anos para desfrutar de um agradável momento entre pai e filho no cinema e acabou se deparando com cenas de sexo, consumo de drogas e muitos palavrões.

Exatamente para evitar esses momentos constrangedores, entre várias outras coisas, existe a classificação indicativa. E o mais genial é que a classificação de TED é 16 anos, o que o deputado estava esperando, que o filme fosse adequado para seu filho de 11 anos? Além da classificação, é informado, ainda, o motivo pelo qual o filme não é recomendado para menores de 16 anos: contém conteúdo sexual, drogas e linguagem imprópria! Sério deputado, não é porque a personagem principal do filme é um ursinho que o filme é pra criança, se você viu o cartaz do longa-metragem, já dava para ter uma ideia que nada de muito educativo viria pela frente!

Ao acompanhar o caso, logo me recordei de um livro maravilhoso chamado O clube do filme, que conta a história de um pai que decide aceitar a decisão de seu filho de não ir mais a escola desde que eles assistam a filmes escolhidos pelo pai com o intuído de informar seu filho. A lista de filmes que o pai escolhe é maravilhosa, mas mais interessante ainda são os debates que o pai consegue ter com seu filho mesmo quando o filme apresenta conteúdos não muito educativos, mostrando que tudo depende da maneira como você vai abordar o conteúdo que lhe foi apresentado. Não estou, com isso, querendo dizer que TED apresenta um grande conteúdo educativo, até porque, como disse antes, acredito que alguns filmes apresentam apenas um caráter de entretenimento e nada mais, mas acho que faltou ao deputado um pouco mais de sensibilidade na escolha do filme.

Bom, o fim dessa história se deu hoje, quando o pedido para reclassificação foi indeferido pelo secretário nacional de Justiça. Agora o deputado deve estar um pouco chateado, mas acredito que vai prestar mais atenção na classificação de um filme antes de levar seu filho. Além disso, caso o diretor do filme tomasse conhecimento desse ocorrido, com certeza ele abraçaria o deputado a gradeceria, pois o longa nem estava assim tão cotado, agora conseguiu publicidade de graça! É deputado, cuidado para o tiro não sair pela culatra, quis tirar o filme de circulação e só conseguiu fazer com que todas as pessoas que nunca tinham ouvido falar nesse filme fossem correndo ao cinema conferir o babado!

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